Otávio e Enzo são jogadores diferentes, mas ambos iluminam o futebol de FC Porto e Benfica. Já o Sporting, sem Matheus Nunes, perde uma luz no meio-campo, correndo o risco de deixar a equipa às escuras
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O desempenho de Enzo Fernández até pode ter escapado à vista de quem assistiu ao jogo de ontem do Benfica com o Dínamo Kiev, o argentino já protagonizou atuações mais exuberantes desde a chegada a Portugal. Mas ter um homem com aquela qualidade no meio-campo pode fazer toda a diferença no rendimento da equipa.
A presença de Enzo faz-se sentir em todos os atos do jogo mesmo quando não tem a bola, através de definição dos momentos de pressão, nas linhas de passe que oferece, na capacidade de empurrar o conjunto com a mais simples movimentação. Ainda que não se faça notar, é o farol da equipa de Roger Schmidt.
O FC Porto também tem o seu farol. Com outra capacidade de drible e mais veloz do que o argentino das águias, Otávio sabe como gerir as dinâmicas do jogo. Acelerando quando se impõe e congelando quando todos esperam o contrário, para depois golpear os adversários no passe mais inesperado. Com ou sem bola, podemos sempre esperar o melhor de Otávio quando as coisas estão a correr menos bem. Os rivais sabem disso, como se viu no clássico de sábado, procurando anulá-lo desde o primeiro minuto e nem sempre da forma mais bonita.
Dos três clubes portugueses presentes na fase de grupos da Champions, um perdeu o seu farol: o Sporting, claro está, agora órfão de Matheus Nunes. Nem sempre o coletivo consegue resolver uma perda desta dimensão. Mas de Rúben Amorim, como de Sérgio Conceição - dos treinadores portugueses, no fundo -, espera-se sempre um milagre. Neste caso, bem necessário ao Sporting, porque o contrário será uma equipa às escuras ou, no mínimo, menos iluminada do que as rivais.