DE CABEÇA - Um artigo de opinião de Vítor Santos.
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1 Hoje é dia de festa. Antes do Sporting de Braga-FC Porto festejam todos os adeptos, como é tradição numa visita ao Jamor; depois da final da Taça de Portugal só um clube terá vontade de o fazer, mas é evidente que as campanhas de guerreiros e dragões em 2022/23 têm muito de positivo, independentemente do desfecho do duelo desta tarde.
Segundos classificados de um campeonato decidido na última jornada, os portistas conquistaram a Supertaça e a Taça da Liga; os guerreiros terminaram logo a seguir e andaram quase até ao fim a perseguir algo mais.
Não conseguiram, mas fecharam a Liga com a garantia de que iniciarão a próxima época a lutar por uma vaga na fase de grupos da Liga dos Campeões. No entanto, a temporada encerra hoje e, convém não esquecer, a última imagem perdurará. Quem ganhar a final terá razões para celebrar e encarar os próximos desafios com maior confiança. A pressão de vencer é igual, mesmo sabendo que o objetivo principal do FC Porto para esta época residia na revalidação do título, que escapou para o Benfica. O efeito do insucesso é que será diferente em função do desfecho, porque a força da história confere aos dragões, na teoria, um peso maior no sentido de conquistar o troféu. Logo mais saberemos se os azuis e brancos lidam bem com essa dose extra de responsabilidade ou se, pelo contrário, os bracarenses a aproveitam para fazer a festa. Seja quem for, que o façam sem grandes tarjas, para evitar multas.
2 A forma como termino a primeira parte deste texto tem um objetivo. O leitor já terá, certamente, percebido. Não consigo entender como é possível multar um clube por uma tarja com a mensagem "Obrigado capitão". O pano excedia as medidas impostas pelos regulamentos, mas não ofendia ninguém. A decisão de comunicar esta terrível violação terá partido de um zeloso delegado da Liga. Nada a apontar, o problema está a montante, não é de quem faz cumprir os regulamentos. Mas se pensarmos nas batalhas de insultos que os mesmos delegados ignoram junto aos bancos de suplentes, depressa percebemos que não há respeito pelos adeptos, nem pela festa. Desta vez, as vítimas foram o Vizela e respetivos adeptos, que deveriam, em conjunto com os dos outros clubes, pressionar no sentido de acabar com determinações que retiram ao futebol a beleza que o transformou numa modalidade amada.