JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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Argentina e Alemanha, contra todas as previsões, foram as primeiras seleções a chocar de frente com o espírito dos Mundiais de futebol.
Vencer o Gana hoje será meio caminho andado rumo aos oitavos de final do Mundial, um sinal de força que Portugal não dá na estreia desde 2006. Mas também é possível ganhar perdendo.
As vitórias de Arábia Saudita e Japão contra duas seleções candidatas ao título provam que o perigo, neste tipo de competições, vem de onde menos se espera e, nessa perspetiva, percebem-se as palavras de Fernando Santos, que antes da entrada de Portugal em cena alertava para a capacidade do Gana, não obstante o jogo das Quinas ser o mais desequilibrado duelo da fase de grupos, tendo como ponto de referência o ranking FIFA.
Chegou, finalmente, a hora de percebermos se Ronaldo será também protagonista em campo. Fora dos relvados, esteve no olho do furacão, veremos como será até ao final da prova, agora que rescindiu com o Manchester United e tem o futuro em aberto. Atendendo às declarações de selecionador e jogadores, o "caso CR7" foi comentado em todo lado menos nos sítios onde esteve instalada a Seleção, mas já nem isso importa - as atenções estão agora voltadas para aqueles 90 minutos com o Gana, que podem servir de trampolim para o resto da competição.
Em futebol, no entanto, tudo é possível. Até ganhar antes de o árbitro apitar para o começo da partida. A Alemanha, que até acabaria por perder no fim, deixou uma mensagem poderosa ao mundo. Sem medo das ameaças da FIFA, os jogadores germânicos taparam a boca em protesto por não deixarem os capitães usar a braçadeira "One Love". Os direitos humanos são inegociáveis. E assim ficámos a saber que é possível ganhar, mesmo perdendo com o Japão.