Roger Schmidt e Fernando Santos têm em comum a forma desassombrada como abordam os temas, mas o primeiro é elogiado e o segundo, apesar de campeão europeu, até sem competição é criticado.
Corpo do artigo
1 Roger Schmidt continua a comandar uma equipa intratável, capaz de dominar em todos os cenários, mediante aquilo que o jogo proporciona.
A passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal à boleia de uma bicicleta de David Neres não surpreende, talvez os adeptos até esperassem mais - sobretudo porque as águias defrontavam o mesmo Estoril que, no fim de semana passado, tinham goleado -, o que impressiona é a forma como a equipa do alemão evolui: confiante, organizada, serena e poderosa em todos os duelos, sempre à espera do momento certo para dar a estocada no adversário.
Se não com recurso ao coletivo, resolve-se pelo talento individual. Curioso é o facto de Schmidt ter sublinhado que "é mais fácil jogar contra dez". Sim, já todos sabíamos. Mas nem sempre os treinadores admitem, sobretudo quando as coisas correm mal. A Schmidt vão correndo lindamente, numa campanha de 24 jogos sem derrotas.
2 Fernando Santos, selecionador português, não precisará de tantos jogos para voltar a festejar a sério, o Mundial é bem mais curto. À semelhança do alemão, também tem na frontalidade característica vincada, sem que isso seja sinónimo de mais admiradores. Aliás, sem se perceber bem por que razão, as críticas aumentam à medida que diminui o número de dias que nos separa do arranque do Mundial. Hoje, será conhecida a convocatória. Da lista de 55, como disse Fernando Santos, 29 vão ficar chateados. A vida é feita de escolhas, que não podem agradar a todos, mas temos de dar o benefício da dúvida. A mesma que negámos para, depois, acabarmos a festejar o título europeu.