JOGO FINAL - Uma opinião de Nuno Vieira
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Quando há dois anos Frederico Varandas fez muita questão em contratar Viktor Gyokeres ao Coventry, a troco de 25 milhões de euros, depressa se poderia suspeitar que o sueco iria ser uma mais-valia. O clube de Alvalade vivia no fio da navalha e era preciso encontrar a arma certa no ataque, um jogador capaz de carregar a equipa ao colo com os seus golos e influência. O monstro escandinavo trazia esse rótulo, mas poucos acreditariam que iria ter o impacto que, realmente, teve no futebol português.
É o adeus de um ponta-de-lança que deixa saudades no Sporting e no futebol português. Só era escusado este final que mais parecia uma novela mexicana.
Foram duas épocas carregadas de sucessos vestido de verde e branco, com números avassaladores: 102 jogos oficiais pelos leões, 97 golos apontados e 27 assistências, uma marca que deixa uma pesada herança para Luis Suárez, que está à porta para ser o substituto para o mais destacado lugar da linha ofensiva de Rui Borges. O Sporting investiu fortemente nele, projetou-o na Europa e no Mundo e não foram semanas bonitas as que os adeptos foram assistindo nos últimos tempos. Gyokeres merecia uma saída em festa, mas os empresários assim não quiseram, zelando por interesses que colidiram com os da outra parte.
O presidente dos leões não abdicou dos seus direitos e exigiu uma verba que considerava justa e o sueco lá partiu para o sonho de vingar na Premier League, chegando como nome sonante a um Arsenal que procura títulos em Inglaterra. Uma bela história ficou escrita na vida do jogador e do bicampeão português, agora é tempo de fechar a torneira das lágrimas e apontar a um futuro que vai ser diferente, mas que todos em Alvalade desejam que seja igualmente vencedor.