Declarações de José Faria, treinador do Estrela da Amadora, após a derrota na visita ao Rio Ave (0-2), num jogo da 32.ª jornada da I Liga que acabou com confusão no relvado
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O jogo foi muito emocional e disputado. Foi pela importância desta jornada? "Sim, sem dúvida. Estamos numa fase muito importante da época e, por mais que tentemos controlar a ansiedade e os nervos, a importância do jogo para ambas as equipas torna isso difícil".
Houve algum cartão vermelho naquela confusão final? "Acho que não. Pelo que percebi, envolveu pessoas da estrutura, mas não consegui confirmar. O jogo deve ser jogado pelos jogadores, pelos intervenientes. Temos de crescer nesse aspecto. Vi um responsável do Rio Ave tentar agredir o nosso presidente, empurrar... isso é desnecessário".
Como avalia a vitória do Rio Ave? "Foi justa. Quem marcasse primeiro podia desbloquear o jogo. O Rio Ave aproveitou um erro nosso e conquistou um penálti. Depois acabaram por vencer bem".
Queria deixar alguma nota final? "Sim. Há um ditado: 'À mulher de César não basta ser, tem de parecer'. No jogo da primeira volta, vencemos, mas houve um momento infeliz com os apanha-bolas, incentivados pelo público, a atirarem bolas para o campo. Não foi algo premeditado pelo Estrela. Assumi responsabilidade, falei com eles, e nunca mais aconteceu".
Mas hoje voltou a haver confusão... "Sim, e lamentavelmente, pareceu vingança. Não conseguimos responder com elevação. O Rio Ave é um clube histórico, de uma região de gente trabalhadora. Tem um passado forte e devia querer vencer sendo melhor. Mas hoje não foi o exemplo certo para os mais novos, como os apanha-bolas".
E quanto ao jogo jogado? "O Rio Ave foi melhor, tem um grande plantel e jogadores de qualidade, como o André Luiz, que já foi nosso. Mostrou um nível alto. Dou os parabéns ao clube e às gentes de Vila do Conde".
Algo mais que queira destacar? "Sim, o mais positivo foram os nossos adeptos. Vieram da Amadora, percorreram mais de 700 quilómetros, e apoiaram-nos sempre, apesar do adiamento. Tiveram uma presença incrível".
Acredita que o adiamento do jogo e as condições tiveram impacto? "Não quero usar isso como desculpa, mas foram três dias fora de casa. Não tivemos campo, nem equipamento próprio. O Rio Ave voltou a casa, treinou, estava mais preparado. Num jogo equilibrado, os pequenos detalhes contam. Mas não foi por isso que perdemos".
E quanto aos incidentes no final? "Lamento profundamente. Em vez de apaziguarem, pessoas com responsabilidade dentro do Rio Ave instigaram. Hoje estão ali, amanhã podem estar no Estrela. Isso foi o pior do jogo. Temos dos melhores treinadores e jogadores, mas ainda faltam bons exemplos".
Mensagem final? "Parabenizar os nossos adeptos. Fizemos o possível, o relvado estava pesado, o jogo foi difícil. Dá os parabéns ao Rio Ave por garantir a manutenção. Pelo investimento, deveriam lutar por mais, mas atingiram o objetivo. Espero que em breve possamos atingir os nossos também".