Wimbledon explica boicote a tenistas russos e bielorrussos: "Uma agressão militar injustificada..."
Os tenistas russos e bielorrussos estão impedidos de participar no torneio de ténis de Wimbledon
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Os tenistas russos e bielorrussos estão impedidos de participar no torneio de ténis de Wimbledon, anunciou a organização, devido à invasão militar da Ucrânia por parte da Rússia, que conta com o apoio da Bielorrússia.
"É nossa intenção, com muita tristeza, de rejeitar inscrições dos jogadores da Rússia e da Bielorrússia no torneio de 2022", refere o All England Club, que organiza o torneio, em comunicado.
Esta decisão afasta da competição, no lado masculino, jogadores como os russos Daniil Medvedev (n.º 2 do ranking ATP), Andrey Rublev (n.º 8), Karen Khachanov (n.º 25) ou Aslan Karatsev (n.º 30.º), bem como o bielorrusso Ilya Ivashka (n.º 44).
Do lado feminino, estão impedidas de participar, entre outras, as bielorrussas Aryna Sabalenka (n.º 4 do ranking WTA) e Victoria Azarenka (n.º 18), bem como as russas Anastasia Pavlyuchenkova (n.º 15) e Daria Kasatkina (n.º 26)
A organização, que expressa o seu apoio a todos os afetados pelo conflito na Ucrânia, salienta que "condena as ações ilegais" da Rússia e que teve em conta na decisão que tomou as orientações do governo do Reino Unido, especificamente em relação aos eventos desportivos.
"Tendo em conta a perfil do torneio no Reino Unido e no mundo, é nossa responsabilidade desempenhar o nosso papel nos esforços generalizados do governo, indústria, instituições desportivas e criativas para limitar a influência global da Rússia através dos meios mais fortes possíveis", acrescenta o documento.
All England Club refere ainda que, nas circunstâncias de "uma agressão militar tão injustificada e sem precedentes", seria inaceitável que "o regime russo retirasse quaisquer benefícios do envolvimento de jogadores russos ou bielorrussos" no torneio do "Grand Slam".
Ian Hewitt, presidente do All England Club, afirmou que estão conscientes do impacto que a decisão tem a nível individual, explicando que está triste por ver os jogadores sofrer.
"Considerámos cuidadosamente as medidas alternativas que poderiam ser tomadas no âmbito da orientação do governo britânico, mas, dado o ambiente de alto nível do torneio, a importância de não permitir que o desporto seja utilizado para promover o regime russo e as nossas preocupações com a segurança pública e dos jogadores (incluindo a família), não acreditamos que seja viável prosseguir com qualquer outra decisão", disse.
No entanto, os organizadores deixam em aberto a possibilidade de reconsiderarem esta decisão, apenas caso "as circunstâncias se alterem entre agora e junho", garantindo, então, uma "resposta em conformidade".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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