Uns fazem donativos, outros lutam para sobreviver: assim anda a vida no ténis
Até fim de junho não haverá torneios e já há jogadores a passar por dificuldades
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Com os torneios de todo o mundo suspensos devido à pandemia do coronavírus, vivem-se realidades distintas no ténis. Enquanto os jogadores de topo gravam vídeos nas redes sociais mostrando como fazem exercício em casa ou até habilidades gastronómicas, doando fundos para ajudar a combater a crise de saúde pública, os jogadores de ranking inferior passam por momentos de incerteza e aflição.
Por estes dias, assistiu-se a grandes nomes da modalidades a angariar verbas de apoio, como foi o caso de Novak Djokovic com um milhão de euros para ajudar a comprar equipamento médico na Sérvia ou Rafael Nadal que pediu aos desportistas espanhóis para arrecadarem 11 milhões de euros para o combate ao surto e, na Suíça, Roger Federer contribuiu com mais de um milhão de euros.
Contudo, o alerta vem de tenistas de ranking como é o caso de Sofia Shapatava, 375.ª do mundo, que lançou já uma petição (já com mais de 1350 assinaturas) a pedir ajuda. "Poucos serão capazes de se sustentar e voltar a jogar após três meses sem competição", afirma.
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Se para os jogadores de topo, o ténis pode ser muito lucrativo (os campeões do Open da Austrália, por exemplo, arrecadaram mais de dois milhões de euros), os de ranking mais baixo lutam para sobreviver e será entre estes que, aliás, recentemente, um estudo revelou a vulnerabilidade no campo das apostas ilegais.
Outro exemplo de dificuldades causadas pela suspensão de toda a competição vem de Tara Moore, 447.ª do mundo, que este ano, até à paragem dos jogos, ganhou cerca de 2300 euros. "Para muitos jogadores será difícil sobreviver aos próximos dois meses, porque até agora não conseguiram fazer quase dinheiro nenhum. É estranho ouvir diz que que há jogadores que estão com dificuldade em conseguir alimentar-se, mas isso é a realidade."
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