Teve uma média de 42,229 km/h nas suas 36 corridas
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O principal circuito mundial de ciclismo, o World Tour, com 36 corridas entre janeiro e outubro, encerrou este ano com uma média de velocidade de 42,229 km/h, bastante acima dos 41,807 do ano passado, que já eram o número mais alto apurado pelos estatísticos do ProCyclingStats. As tabelas só possuem valores deste século, mas é fácil calcular tratar-se do recorde absoluto de velocidade de uma época, até porque nos primeiros anos apurados as médias oscilavam entre os 39 e os 40 km/h.
Façanhas como as de Tadej Pogacar, que se sagrou campeão mundial com uma fuga de 100 km, fazendo uma média de 42,4 km/h nos 273,9 km de Zurique, ou as de Mathieu van der Poel, que venceu a Volta à Flandres (270 km) a 44,8 km/h e a Paris-Roubaix (259 km) a 47,8 km/h, ajudam a explicar o recorde, embora os dias mais rápidos do ano tenham sido outros: o belga Renewi Tour fez-se a 49,32 km/h e a 13.ª etapa da Volta a França, Agen-Pau, a 48,82 km/h. Jasper Philipsen venceu ambas ao sprint e no caso do Tour foi apenas a nona tirada em linha mais rápida da história: em 1999, os 194 km de Laval-Blois fizeram-se a 50,36 km/h. A Volta a França deste ano foi ganha por Pogacar a 41,4 km/h de média, aquém dos 42,102 de Jonas Vingegaard, recorde fixado em 2022.
Há várias explicações para o extraordinário aumento da velocidade e não passam pelo habitual chavão do doping. O material das bicicletas é melhor, a preparação mais evoluída, a pressão dos ciclistas tem obrigado os organizadores a encontrar melhores estradas e, acima de tudo, a forma de correr tornou-se mais agressiva. Pogacar (21 fugas registadas este ano) e Van der Poel são dois exemplos de quem corre sempre para ganhar e ataca cada vez mais de longe. Como os outros vão atrás...