Um português no êxito de Elfyn Evans no rali de Portugal: "Eu nem imaginava..."
Chama-se Rui Soares, tem 35 anos, é de Aguiar da Beira, mas vive em Viseu. Segunda-feira, no Porto, falou a O JOGO.
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"Eu faço o meu trabalho o melhor que posso e, obviamente, não fiz mais do que isso, ou seja, dar todas as condições ao Elfyn. O facto dele ter a noção de que era muito importante para mim ganhar em Portugal foi ótimo e ter-se referido a isso final foi bastante tocante", disse a O JOGO Rui Soares, o engenheiro de 35 anos, natural de Aguiar da Beira, que acompanha diretamente Elfyn Evans, o vencedor, no domingo, do rali de Portugal.
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"O meu engenheiro é português e por isso era muito especial para ele vencer em casa", foram estas as palavras que tocaram Rui Soares, ditas pelo galês que é acompanhado por Soares, formado engenharia mecânica em Coimbra e com mestrado em Desporto Automóvel tirado em Vitória Gasteiz, no País Basco, em Espanha.
"Vi logo no primeiro troço que ele estava bastante motivado e fez uma diferença enorme para o Dani Sordo. Vi logo que havia condições para as coisas correrem bem", referiu o engenheiro, casado e pai de dois filhos, explicando quais as funções que exerce: "Acordamos muito cedo, aqui, no rali de Portugal, por volta das 4h45, em média uma hora e meia antes da primeira assistência, que dura 15 minutos, e aí o mais importante são os pneus. Temos equipas nos troços a ver temperaturas, estado do terreno, condições, entre outras coisas. O meu trabalho é juntar essa informação, falar com o piloto e fazermos escolhas. A seguir há o acompanhamento em cada troço, e entre os troços, para se poder agir em cada assistência".
"Acordamos muito cedo, aqui, no rali de Portugal, por volta das 4h45, em média uma hora e meia antes da primeira assistência"
Rui Soares, que está no Mundial de ralis desde 2011, na altura nas classes inferiores, reconheceu que o êxito de Elfyn Evans resvalou muito para ele próprio. "Tenho recebido bastantes mensagens, telefonemas... Conheço muita gente, estou no meio há uns anitos, mas recebi apoio e mensagens de lugares e gente que eu nem imaginava", admitiu.
Pai era piloto amador e deu nisto
A paixão pelos automóveis não vem do berço, mas quase. "O meu pai fez corridas amadoras e isto, mais do que prazer, tornou-se profissão", reconheceu Rui Soares, que chegou ao WRC em 2015, com o neozelandês Haiden Paddon. "Estive com ele no Mundial de produção de 2011. Depois ele deu o salto em 2014 e levou-me em 2015", contou. Manteve-se com Paddon até 2018 e, nesse ano, também com Andreas Mikkelsen. Em 2019 Rui Soares passa para a Toyota e trabalha com Kris Meeke e, desde o ano passado, com Elfyn Evans.