Mêda e Trancoso vibraram com os ciclistas num dia especial e O JOGO juntou-se a comemorações marcantes. Cravos em todas as lapelas, bandeiras nos carros, uma estátua em Trancoso e aplausos aos ciclistas. Os 50 anos da revolução celebraram-se de forma intensa em regiões que eram muito esquecidas.
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“Grande parte da população não tinha eletricidade, nem saneamento, não havia SNS, os jovens eram obrigados a ir combater em África”, disse Amílcar Salvador, num discurso intenso, inaugurando uma estátua que assinalou os 50 anos do 25 de Abril em Trancoso, tendo a seu lado duas crianças vestidas “à Salgueiro Maia e Vasco Lourenço”. A obra, do galego Armando Martínez e tendo uma guitarra e um cravo, destaca a música como um dos símbolos da revolução, o que levou a população, depois de ouvir o presidente da Câmara, a cantar o “Grândola Vila Morena” de lágrima ao canto do olho.
É no interior, ainda mais esquecido antes da revolução, que mais se sente a evolução. Mêda, que deu a partida à primeira etapa do Grande Prémio O JOGO/Leilosoc, e Trancoso, local da chegada, são hoje totalmente diferentes, embora uma visita como a dos ciclistas continue a ser especial. “A Mêda tem uma tradição muito grande em passagens de Voltas, mas não acontecia há muito. Acontece agora e aceitei de coração aberto, por darmos início a uma corrida num dia de festa como a do 25 de Abril. É uma oportunidade para dar a conhecer uma Mêda em desenvolvimento”, lembrou o seu presidente da Câmara, João Mourato.
Em Trancoso, onde a evolução é visível até nos equipamentos desportivos - em breve enriquecidos com um centro de BTT -, Amílcar Salvador dava o mote: “E agora vamos aplaudir os ciclistas”.