Serviço de estrangeiros efetuou ações de fiscalização no Algarve e na Margem Sul do Tejo, encontrando situações irregulares. Ao todo, foram notificados para abandonar o país cinco atletas, um deles do Ginásio Olhanense
Corpo do artigo
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras detetou um jogador do Ginásio Olhanense - disputa a 1.ª Divisão Nacional - em situação irregular, durante uma operação de fiscalização realizada na noite de quinta-feira. O atleta em causa é um jovem de 19 anos, Aniel Patrick Gomes Brito, de Cabo Verde, cujo visto de permanência caducou em dezembro passado, tendo sido notificado a abandonar o nosso país.
Na passada semana, o SEF fizera outra operação de fiscalização em dois clubes da Margem Sul do Tejo, sem especificar quais. "Num dos clubes, foram detetados quatro cidadãos estrangeiros em situação irregular, os quais foram notificados para abandono voluntário do País. Os atletas profissionais não haviam iniciado junto do SEF qualquer procedimento tendo em vista a sua regularização em território nacional", pode ler-se no comunicado, que informa ainda terem sido os clubes multados.
Quanto ao Ginásio Olhanense trata-se de uma situação diferente. "Estávamos a tratar, há já algum tempo, do título de residência para o Aniel, mas faltava o registo criminal, que o jogador teve de pedir para Cabo Verde. São questões burocráticas que demoram o seu tempo, como se compreende", referiu a O JOGO o vice-presidente do clube algarvio, Pedro Carvalho, dando ao mesmo tempo conta de alguma estranheza com toda esta situação. "Temos outros jogadores estrangeiros, nascidos em Cabo Verde, e nunca houve problemas desta natureza, uma vez que privilegiamos a legalidade nestes assuntos. Com o Aniel, repito, estava tudo a ser tratado".
Pedro Carvalho contou ainda um pouco da história do jovem basquetebolista, que veio para Portugal "pelas mãos do internacional Carlos Andrade". "O destino seria, ao que me parece, o Benfica, mas acabou por não ficar. O Aniel andava com outro colega, que ficou a jogar no Vagos, mas ele, sem clube e sem casa, passava já por dificuldades. Falou-me então o selecionador de Cabo Verde, a pedir uma ajuda, e o Ginásio não ficou indiferente à situação, acolhendo de pronto o Aniel", explica o dirigente.
Agora, mal seja notificado pelo SEF, o Ginásio Olhanense vai enviar uma exposição, com todos estes dados, esperando que as suas justificações sejam bem acolhidas. Depois, há um prazo de 20 dias para legalizar a situação do cabo-verdiano.