Rui Silva: "Toda a gente que está envolvida no andebol vai lutar pela medalha"
ENTREVISTA, PARTE II - Capitão não promete pódios, justificando-o com a pressão que isso causa e a sua maneira de pensar. Rui Silva esteve em todas as grandes competições da Seleção desde o Europeu de 2020, sabe o que custa chegar às finais e diz que, desde essa altura, Portugal está capaz de se bater com todos.
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Crescimento da Seleção Nacional tem sido espantoso e consequente desde 2019.
Em 2019, no dia 13 de junho, em Bucareste, quando se apuram para o Europeu e quebram 14 anos de jejum, imaginou que seis anos depois ia estar à porta das medalhas?
-Não, sinceramente não. A partir do momento que conseguimos um apuramento, 14 anos depois, pensámos: “Ok, vai ser devagarinho, ou vai ser difícil conseguir manter esta regularidade nas grandes competições”. Mas se me perguntasse depois do Europeu de 2020, aí já dizia que tínhamos possibilidades de lutar frente aos melhores.
Depois do que foi feito neste Mundial, com um quarto lugar, querem mesmo as medalhas?
-Eu espero que sim. E acredito que todo este grupo e toda a gente que está envolvida no andebol vai lutar e trabalhar para que isso aconteça.
Mas consegue prometer que, mais ano menos ano, a vamos conquistar?
-Há um processo muito grande e o importante é o nosso foco estar nesse processo. Acho que já nos precipitámos nesse tipo de promessas e a pressão que caiu sobre nós não foi positiva.
O selecionador disse que não queria morrer sem ganhar uma medalha por Portugal...
-Mas ele pode ser treinador até muito velho! É a minha maneira de ser, a minha maneira de pensar.
Apesar de toda a visibilidade conseguida, acha que os portugueses têm noção do que fizeram?
-A família do andebol tem noção de que fizemos algo mesmo muito grande, mas quem começou a ver agora, mesmo tendo visto o quanto lutámos, não tem noção. Acho que não tem.