Rui Costa entrou a ganhar em 2017, mas não conseguiu brilhar no Giro e na Vuelta. Agora, sonha com a prova francesa, onde venceu três etapas, mas sabe que é muito vigiado.
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A 6 de janeiro, Rui Costa parte para a Austrália, onde inicia a época no Tour Down Under (13 a 21 de janeiro), prova que considera ideal para se preparar para tentar repetir o triunfo em Abu Dhabi, casa da sua equipa. O Team Emirates reforçou-se e isso permite ao poveiro voltar a pensar em perseguir vitórias em etapas.
A sua equipa reforçou-se bastante com Aru, Dan Martin e Kristoff. É positivo para si, na medida em que lhe retira alguma pressão de obter vitórias?
-São corredores muito bons e reforços de peso que a equipa já merecia, visto que a responsabilidade ao longo do ano caía quase toda nas minhas costas. Não estou a dizer que vou relaxar, mas acabo por ficar mais tranquilo e, como toda a gente sabe, é assim que as coisas saem melhor.
Significa isso que tendo Aru, Martin ou Kristoff a discutir a geral, fica mais liberto e vamos voltar a ver o Rui Costa ganhar etapas?
-Sim, acho que essa é a forma certa de ver as coisas. Corredores como o Aru, o Martin ou o Kristoff, que é um excelente sprinter, dão garantias. Isso não significa que eu tenha menos responsabilidade, mas eles dão um certo conforto à equipa e talvez mais tranquilidade aos colegas, pois asseguram sempre um bom resultado.
Vai fazer as mesmas corridas da última época?
-Ainda não conheço a totalidade do meu calendário. Sei que iniciarei no Tour Down Under, na Austrália, e depois seguem-se as voltas a Omã e Abu Dhabi e depois o Tirreno-Adriático. Serão estas as primeiras provas que farei no início da temporada e espero que esta primeira fase me saia tão bem como este ano, em que fiz segundo em Omã e acabei por ganhar em casa da equipa, em Abu Dhabi, que foi uma satisfação muito grande.
A presença no Giro é para repetir?
-Normalmente fazia o mesmo trajeto, que passava pelo Tour. Este ano, quis mudar um pouco, ter uma visão das outras provas. Foi esse o objetivo de ter ido às Voltas a Itália e a Espanha. E gostei muito, apesar de a Vuelta ter sido a um nível mais alto do que o Tour. O Giro de Itália é uma prova excelente e como corrida foi menos stressante.
Em 2018, gostava de voltar ao que era o seu calendário habitual, incluindo a Volta à Suíça e o Tour?
-Gostava, mas ainda não sei o que me espera após as corridas que irei fazer no início da temporada. Gostava de passar novamente pelo Tour, que, tal como as outras voltas, é uma corrida que me diz muito. Será a equipa a decidir, mas gostava de fazer o Tour.
Desde que foi campeão mundial, em 2013, em Florença, sente que passou a ser mais vigiado?
-Sinto, que quando estou numa fuga, as possibilidades de ganhar são mais reduzidas porque sou um alvo a abater, todo o mundo está de olho em mim. Tornou-se mais complicado ganhar, mas no dia em que essa vitória aparecer terá outro gosto.
É por isso que tem feito bons resultados, sempre perto da vitória, mas sem conseguir chegar ao triunfo?
-Não vou desculpar-me e dizer que não ganhei por causa disso, mas a marcação que me fazem é um fator importante e mais elevada do que anteriormente.