Presidente do ACP garante que a corrida portuguesa nunca sairá do Mundial se mantiver o atual nível de segurança e acusa o presidente da Câmara Municipal de Gaia de ter mentido.
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Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Clube de Portugal, entidade organizadora do Rali de Portugal, é atualmente também o presidente da Comissão da FIA para o Mundial de Ralis. Antes da partida para a estrada, que será já quinta-feira, com o Shakedown em Paredes, esclareceu em exclusivo a O JOGO algumas dúvidas que estão a marcar esta edição.
Qual o significado de ser o presidente da Comissão da FIA do Campeonato Mundial de Ralis?
Não tem grande significado, a não ser gerir os interesses de todos para que o campeonato seja um grande sucesso, como está a ser.
O Rali de Portugal tem início esta semana e ainda não é conhecida verba estatal concedida. Já é possível anunciá-la?
Ainda não é conhecida a totalidade da candidatura.
Qual o orçamento do Rali?
É de 3,2 milhões de euros.
Sabendo-se que o Rali de Portugal tem contrato com o promotor até 2020, é óbvio que haverá edição no próximo ano, mas como será daí em diante?
Se continuarmos com o nível até hoje demonstrado, não haverá problemas. O risco é sempre o da segurança.
Qual o grande trunfo a jogar para que o Rali de Portugal se possa manter regularmente no Mundial?
Já respondi acima: excelente organização, excelente percurso e excelente público, em segurança.
Recentemente criou-se a obrigatoriedade de pagar o chamado "fee" para garantir a prova e a data no calendário. É cada vez mais um privilégio poder o ACP organizar uma prova WRC no nosso país?
É. E o retorno que damos ao país representa o maior evento turístico e desportivo desde o Euro'2004.
Oliver Ciesla, diretor-geral da empresa promotora do Mundial de Ralis, já afirmou que "Portugal é uma das pátrias do WRC". Isso é um atestado de competência à organização e um bom augúrio para o futuro?
Claro que sim!
A anulação da Gaia Street Stage não agradou ao ACP, mas a autarquia defende-se com a impossibilidade de arcar com um esforço financeiro na ordem dos 600 mil euros. É um rombo no Rali de Portugal?
A autarquia, na boca do seu presidente, Eduardo Rodrigues, e do vereador, Guilherme Aguiar, mentiu. Desde o início que se comprometeram a fazer mesmo sem a candidatura. Temos provas disto tudo. Já afirmaram que pagam na mesma; espero que não seja outra mentira, pois destes senhores tudo é de esperar...
Como está a ser encarado o regresso à zona Centro e à mítica região de Arganil?
Muito bem. Os troços estão formidáveis e as populações muito entusiasmadas.
Ano após ano, o Rali de Portugal bate recordes em termos de impacto económico. Em que patamar coloca este acontecimento desportivo na "montra" portuguesa, quer a nível interno quer externo?
É o maior evento turístico e desportivo anual, com retorno de milhões para as autarquias atravessadas e para o estado (25 milhões em IVA e cerca de 135 milhões no total, com imagem, etc).
O que falta para que o Rali de Portugal volte a ser considerado "melhor do Mundo"?
Já o é!