"Próxima época da F1 vai ser um desafio totalmente diferente, devido aos novos regulamentos para os monolugares"

Laurent Mekies
Getty Images via AFP
Laurent Mekies diz que alteração de regulamentos na F1 será desafiante
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O chefe de equipa da Red Bull na Fórmula 1, Laurent Mekies, assumiu esta terça-feira que a alteração de regulamentos para a próxima temporada e a estreia da própria unidade de potência serão desafios "totalmente diferentes".
"A próxima temporada vai ser um desafio totalmente diferente, devido aos novos regulamentos para os monolugares. Não estamos contentes com o desempenho do carro na primeira metade deste ano, mas não poderíamos simplesmente virar a página e esperar que tudo fosse melhor na época seguinte. Focámo-nos no que não estava a funcionar e, felizmente, conseguimos ter esta reviravolta. Ganhámos confiança nas nossas ferramentas e metodologias", expressou o diretor executivo.
Durante um painel da Web Summit, em Lisboa, sob o tema "Velocidade conhece confiança: a próxima era na vantagem competitiva", Laurent Mekies abordou a sua chegada à Red Bull, substituindo a meio desta época o britânico Christian Horner, e explicou o que representa na equipa poder desenvolver a própria unidade motriz.
"Na próxima época, pela primeira vez, vamos desenhar e produzir o nosso próprio motor, em parceria com a Ford. É uma grande aventura e decidimos criar isto do zero. Vamos fazê-lo contra equipas que fazem isto há 90 anos. Seríamos parvos se pensássemos que vamos ter de imediato o nível certo. Tem um risco elevado, mas terá ganhos ainda maiores. Estamos conscientes de que temos as melhores pessoas e parceiros para nos dar margem competitiva", apontou Laurent Mekies.
O francês, de 48 anos, considerou "impossível" dizer quem sairá mais beneficiado com as alterações dos regulamentos para 2026, prevendo que se irão atirar as 10 equipas "para o desconhecido", sendo "difícil" dizer que a classificação será igual.
Também presente na Web Summit, num outro painel, intitulado "Velocidade, visão e valor da marca", esteve o chefe de equipa da Mercedes, Toto Wolff, que explicou a sua função de "tradutor" entre os engenheiros e os pilotos da equipa que lidera.
"A Fórmula 1 é um negócio de engenharia, com um humano no carro, para grande irritação dos engenheiros. Eles dizem que a maior fraqueza do carro senta-se atrás do volante e motor, porque não se consegue moldar o piloto. Muitas vezes, o piloto diz que o carro tem falhas e os engenheiros pensam que não. Temos cerca de 200 engenheiros a trabalhar para dois carros. Se estou numa situação em que tenho de decidir em quem confio mais, confio sempre naquele que foi mais caro", atirou.
O austríaco, de 53 anos, considerou ser necessário olhar sempre para inovações e tecnologias novas, de forma a bater a concorrência, recordou a polémica derrota de 2021, em Abu Dhabi, realçou a sua preocupação com a manutenção da própria saúde mental e a necessidade de manter os valores da Mercedes no seu trabalho.
"A Mercedes está entre as 10 marcas mais valiosas do mundo. Em tudo o que nós fazemos, precisamos de proteger e manter os valores da marca. Desde os meus primeiros dias, tenho de pensar no que a Mercedes pensa, e não no que eu penso. Isso ajuda a manter-me próximo dos valores da marca. Temos de planear a longo prazo e dar à próxima geração condições, dizendo que fiz a minha parte na história da Mercedes no desporto motorizado", ressalvou Toto Wolff, no cargo desde 2013.
Nesta edição da Web Summit, que decorre até 13 de novembro, encontram-se mais de 70.000 participantes, acima de 2.500 startups a exibir os seus produtos e serviços e mais de 1.000 investidores.
A Web Summit começou em Lisboa em 2016 e a sua realização está garantida até 2028.

