Dirigente dos Emirados Árabes Unidos ignora rumores de uma "crise" interna na Federação Internacional do Automóvel, aconselhando os pilotos de Fórmula 1 a focarem-se nas corridas e não em avaliarem o seu trabalho
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Mohammed bin Sulayem, presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA), reagiu esta terça-feira às críticas de que tem sido alvo nos últimos tempos, aconselhando os pilotos de Fórmula 1 que têm falado publicamente sobre o seu trabalho a focarem-se nas respetivas corridas.
Em declarações ao site Motorsport.com, o dirigente e ex-piloto de rali dos Emirados Árabes Unidos garantiu mesmo que não é afetado por essas críticas, que subiram de tom na sequência de várias saídas no organismo que preside, incluindo a do diretor de corrida de F1, Niels Wittich, ainda antes do final da presente época.
Ao mesmo tempo, já depois de vários pilotos terem questionado, através de uma carta conjunta, o destino dos valores que pagam em multas, pedindo assim mais transparência da FIA, Bin Sulayem ignorou esse apelo, frisando que “não é da conta deles”.
“Com todo o respeito, sou piloto e respeito os pilotos. Deixem-nos concentrarem-se naquilo que são melhores, que são as corridas. Querem saber quanto gastámos nos escalões de formação? Investimos 10,3 milhões no ano passado, acho que é muito dinheiro. Em 2024, até agora, foram mais de 10 milhões na formação, no karting. Este é o nosso negócio, fazemos o que for bom para a FIA, por isso as pessoas não têm nada de interferir nos nossos assuntos. São os resultados que produzimos”, apontou.
Quanto às críticas de pilotos resultantes da saída do diretor de Fórmula 1, isto com três corridas por disputar no calendário, Bin Sulayem reforçou: “Temos de lhes dizer [a razão?] Quando algo numa equipa muda, eles dizem-nos? Não, ninguém tem de o fazer. Nós temos regras e seguimo-las. Não seguimos as regras de mais ninguém, é tão simples quanto isso”.
Nesse sentido, o presidente desvalorizou os relatos de uma “crise” interna na FIA, mostrando-se apenas focado em fazer o seu trabalho da melhor forma. Ao mesmo tempo, desvalorizou todas as polémicas a que já foi associado desde a sua eleição no organismo, em dezembro de 2021.
“A comunicação social, com todo o respeito... porque é que tenho de responder a tudo? Eu tenho uma responsabilidade perante os meus membros e o desporto. Não sou uma pessoa que acorda de manhã e vai atrás da Imprensa. A Imprensa é boa, mas não vota na FIA. Fui elegido para resolver a FIA e estou a fazê-lo. Estou muito feliz com a nossa nova equipa e estou muito otimista sobre a FIA, só consigo ver coisas boas. Sabiam que 64 funcionários se juntaram a nós em 2023? E 92 em 2023”, apontou.
“Se quero saber das críticas? Não, nem de perto. Eu penso que vivo sem pagar renda nos seus cérebros [de quem o critica]. É um bom apartamento que me dão. Porque é que não dou uma lista aleatória de membros, vocês ligam-lhes e perguntam-lhes se há um caos na FIA. Força... Eu tenho coisas mais importantes para fazer do que acordar e procurar o que pessoa X, Y ou Z está a escrever sobre mim. Se ainda estou vivo? Sim. Se faço da FIA a minha prioridade? Sim. Se quebrei alguma regra? Não. A Imprensa acusou-me de tudo com uma fabricação de mim, de que sou sexista. Mas onde é que isso está? Alguém o provou? Mencionaram algo de há 23 anos e disseram que roubei dinheiro e interferi no resultado dos delegados? Onde está isso? Eles falam de caos? Farei de tudo o que puder para colocar a FIA numa posição melhor. Deixem-nos falar sobre aquilo que quiserem”, concluiu.