Amílcar Gomes, ala de 35 anos, ajudou a formação vimaranense a carimbar a permanência na última jornada da Liga Placard e assume que a "crença" foi o ponto forte do grupo. O empate perante o Nun"Álvares chegou para manter o Candoso entre os grandes. A época teve dois momentos distintos, com a segunda parte a ser afetada por vários problemas, como as baixas.
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Quando abordamos o início de carreira com homens do futsal, muitas vezes há um percurso palmilhado entre os relvados e as quadras. Amílcar é mais um desses casos. O internacional português revela que jogou futebol até aos 17 anos, mas o futsal esteve sempre presente na sua vida. "Sempre gostei de jogar futsal nas férias e nos torneios de verão. O convite surgiu através de um amigo que jogava no Coimbrões e decidi aceitar. Foi a decisão mais acertada", relata a O JOGO.
E os amantes de futsal só têm que agradecer. O ala de 35 anos é um dos nomes fortes do futsal português e apresenta um currículo invejável. Nesta temporada, Amílcar ajudou o Candoso a carimbar a permanência na Liga Placard, clube que representa há duas épocas. "Foi um ano com duas fases muito distintas. Uma primeira parte, até à paragem para o Europeu, em que estivemos a um nível bastante positivo. E uma segunda, após o Europeu, bastante complicada e com algumas baixas. No entanto, quando as coisas não correram tão bem, unimo-nos e acreditámos sempre até ao fim. Apesar de garantirmos o objetivo principal, ficou alguma desilusão por não termos conseguido manter a regularidade", admite.
No futuro, Amílcar só pensa em ajudar o Candoso a atingir os objetivos traçados, não escondendo a vontade de continuar ligado à modalidade quando pendurar as sapatilhas. "Quero continuar a jogar enquanto me sentir bem. Depois, gostava de continuar ligado ao exercício físico e ao desporto de alta competição. Gostava de ter o meu espaço privado de treino para atletas profissionais", vinca o jogador que em Portugal representou outros seis clubes.
Liga Placard "é das melhores"
Amílcar Gomes enaltece o crescimento e a competitividade da principal prova nacional de futsal, sublinhando que já está no topo das competições mundiais. "É, seguramente, uma das melhores ligas do mundo, se não a melhor. Existe muita competitividade e qualidade. A grande prova disso são as ultimas conquistas e resultados da nossa Seleção e das equipas portuguesas nestes últimos cinco anos", expõe o ala.
Catar e Hungria no roteiro
Depois ter passado por Coimbrões, Modicus, FJ Antunes e Braga, Amílcar Gomes mudou-se para o Catar, em 2016. Embarcar numa aventura fora de Portugal sempre foi o desejo e a adaptação a uma nova realidade correu às mil maravilhas. "Foi uma experiência incrível que me fez crescer muito como atleta e, sobretudo, como pessoa. Clima, cultura, religião, hábitos alimentares... todo um conjunto de situações que podiam complicar muito a minha adaptação, mas felizmente tive a felicidade de estar rodeado de pessoas que me ajudaram bastante. A época desportiva correu lindamente, superámos os objetivos propostos", conta a O JOGO.
Na época seguinte, Amílcar Gomes seguiu para a Hungria para vestir a camisola do Berettyóújfalu, onde esteve duas temporadas e protagonizou as melhores campanhas da carreira. "Foram dois anos magníficos. No primeiro, vencemos a fase regular e estivemos em todas as decisões, mas não fomos competentes nas finais. No segunda, vencemos a taça e o campeonato. A realidade competitiva é diferente da nossa, mas um país culturalmente semelhante", diz.