Treinador está de regresso ao ativo, assumindo o Steaua de Bucareste, na sétima aventura internacional. A O JOGO partilhou as primeiras impressões desde a Roménia
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Desempregado desde que deixou o Sporting no último defeso, Pedro Nuno Monteiro, de 53 anos, está de regresso ao ativo, assumindo o comando do Steaua de Bucareste, da Roménia, o sétimo país do currículo, sem contar com Portugal: além-fronteiras, já treinou no Canadá (Halifax Rainmen), México (Pioneros), Finlândia (Korihait), Argélia (GS Petroliers), Barém (Al Manama) e Colômbia (Trigillos de Medellín).
“Tirei três meses. Depois pedi ao meu agente [Nuno Pedroso] para começar à procura. Apareceu esta possibilidade de uma liga com mais visibilidade do que a portuguesa, já que têm uma equipa que joga a EuroCup [Cluj-Napoca]. O Steaua é um clube histórico, mas estava a passar dificuldades desportivas. A classificação não era a que os diretores queriam e uma das mudanças foi trocarem de treinador. Esperamos agora dar a volta à situação e colocar o clube numa melhor posição”, conta a O JOGO o técnico que recebeu a proposta dos romenos a 22 de dezembro do ano passado, foi anunciado a 24 e já acabou por passar o Natal fora de casa. “Foi muito repentino, mas estou muito contente e agradecido. Gosto do meu trabalho e a oportunidade também é boa”, considera.
Enquanto esteve afastado dos bancos, Pedro Nuno relata que passou “um período com a família para fazer coisas fora do basquetebol, especialmente nos meses de verão”. Depois, voltou ao contacto com o jogo, indo, por exemplo, a França encontrar o amigo Filipe da Silva, treinador do Nanterre. “Vi jogos da Euroliga, da Champions [Liga dos Campeões da FIBA], porque realmente é o que me dá prazer. Não gosto de estar muito tempo afastado”, afirma. Até assinar pelo Steaua, o antigo internacional recebeu propostas - “uma de África, outra do Médio Oriente”, adianta -, mas “o objetivo era permanecer na Europa”.
Voltar a Portugal “é sempre possível”. “Sou profissional e tenho que estar aberto a todas as ofertas que podem surgir, mas, para já, o objetivo será continuar fora”, completa Pedro Nuno, cuja missão agora é colocar o histórico romeno no top-8, para ir ao play-off da Liga Nationala.
Na estreia, a 28 de dezembro, o português venceu o Ploiesti CSM, por 83-85. “A equipa precisa de progredir muito e também nos falta um estrangeiro. Estamos à espera de finalizar o acordo e depois temos de melhorar o coletivo”, analisa. Em décimo (seis triunfos e oito derrotas), segue-se, amanhã, a receção ao Oradea do luso-americano Travante Williams.
Steaua é um histórico adormecido
Segundo emblema da Roménia com mais campeonatos, 21, perdendo para o rival Dínamo de Bucareste por apenas um, o Steaua também tem um passado rico no basquetebol, mas encontra-se arredado das decisões nos últimos anos: foi finalista da Liga em 2018 e, depois disso, até já desceu de divisão, regressando esta temporada ao patamar mais alto. “Não tem estado na luta por títulos, mas o Steaua tem uma história por trás”, realça Pedro Nuno, que elege Cluj-Napoca (na corrida pelos “oitavos” da EuroCup), Oradea (líder invicto da Liga), Voluntari (segundo) e Valcea (terceiro) como os emblemas mais fortes.