Pedro Nunes coordena novo projeto do Parede: "Não é uma rotura com o passado"
Ex-treinador do Benfica é aposta do clube da Linha que tem planos para subir à I Divisão. Vai fazer a ligação entre a parte técnica e diretiva. Coordenador técnico é o cargo que Pedro Nunes assumirá já a partir de hoje no Parede. Fora das pistas há um ano e meio, o treinador olha para o novo modelo de gestão como exemplo a ser seguido
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O Parede, segundo classificado da II Divisão sul, sonha com o campeonato principal e na última década tem consolidado os resultados desportivos, mas agora João Salgado, gestor de 54 anos, que foi ontem reconduzido como presidente do clube quer mais e convidou Pedro Nunes para ser coordenador técnico.
"Este é um cargo, ao qual o hóquei não está ainda habituado. É a figura do treinador dos treinadores, que faz a ponte entre eles e a direção que não tem de ser conhecedora do processo desportivo. O Parede, não sendo profissional, na sua estrutura vai assemelhar-se a um", explica Pedro Nunes, esclarecendo ainda: "Não é o meu fim de linha como treinador. Tenho muitas saudades, mas não tenho qualquer intenção de ser treinador do Parede. O Pedro Gonçalves, que nos últimos nove anos fez uma recuperação desportiva fantástica, é o meu treinador. Não vou tirar o lugar a ninguém. Vou ajudar os treinadores, para juntos melhorarmos diferentes etapas da formação, criar modelos de treino e princípios de jogo transversais a todas as equipas do clube. Não é uma rotura com o passado."
Com 92 anos de história e cerca de 200 praticantes de hóquei, o Parede "tem conteúdo para a médio prazo se tornar numa referência." A I Divisão é um objetivo que poderá surgir com a liguilha, agendada para setembro, cenário que Pedro Nunes não rejeita, mas faz questão de dizer: "Defendo que a liguilha não devia existir porque põe em causa o futuro dos clubes. Não é um objetivo imediato, para o Parede seria mais benéfico subir no final da época."
Parede entre a ambição do campeonato principal
e a inovadora academia de hóquei em patins
"O primeiro objetivo será a I Divisão", assume João Salgado, que gere "um orçamento de 125 mil euros" e a O JOGO falou da aposta em Pedro Nunes: "Liguei-lhe, tivemos uma conversa de quatro horas, encontrámos pontos comuns, fiz-lhe o convite e ele aceitou. Vamos iniciar uma colaboração. Vamos disputar a liguilha e surge assim a possibilidade de sermos confrontados com a I Divisão já na próxima época."
Num momento em que à crise sanitária se seguirá uma crise financeira, o dirigente do Parede espera que "a sorte proteja os audazes" e esclarece: "Não queremos ser subsídiodependentes, nomeadamente da parte do principal parceiro que tem sido a Câmara de Cascais. Não é legítimo esperar que pague despesas de competição. As câmaras estão vocacionadas para apoiar formação. Quando pensamos em alta competição, temos de procurar soluções financeiras para chegar à I Divisão e disputá-la com dignidade e não cair no ridículo de outros que lá chegam e descem."
O dirigente tem ainda em construção um novo projeto: uma academia de hóquei que "tenta criar a ligação direta entre a escola, clube e famílias, em que os miúdos saiam da escola e, com o apoio do clube, venham para o pavilhão e tenham, além da prática desportiva, apoio ATL/explicações, isto sendo um serviço com custo único."
O Parece, que trabalha em parcerias e apoio financeiro, tem uma nova sede social com "espaço comercial que permita ser rentabilizada e ser uma componente de apoio desportivo." O clube ocupa "dois pavilhões da Escola Secundária Fernando Lopes Graça, em horário pós-escolar."
Além do hóquei, o clube tem 105 praticantes de patinagem e está prestes a abrir o kickboxing, a cargo de Fernando Fernandes, ex-Sporting.
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