Paulo Freitas, novo selecionador de hóquei: "Sonho ser campeão por Portugal e Barcelos”
Técnico sucedeu a Renato Garrido como selecionador e continua a treinar os minhotos. A O JOGO revelou ambição
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Paulo Freitas, um portuense de 55 anos, vai acumular os cargos de técnico do Óquei de Barcelos, ao qual regressou há cerca de um ano, e o da Seleção Nacional de hóquei em patins. Encara o duplo desafio com pragmatismo, mas também ambição, afirmando que não hesitará na hora da primeira convocatória. Chamará os melhores, mesmo que esses sejam jogadores que orienta no Barcelos. A ideia é ganhar tudo, tanto ao serviço das quinas como dos galos.
Apresentado na quinta-feira na sede do Comité Olímpico, o técnico concedeu a primeira entrevista nas novas funções ao nosso jornal, revelando quais as suas linhas orientadoras.
Como encarou o convite da Federação de Patinagem de Portugal e quais são os seus objetivos para este desafio, que se junta ao da liderança do Óquei de Barcelos?
-É uma honra e um orgulho ter recebido este convite da Federação. É evidente que já tínhamos vindo a falar há algum tempo, havia conversas, mas acima de tudo orgulha-me perceber, tal como disse o professor Luís Sénica durante a minha apresentação, que sou uma escolha segura por parte da Federação, para poder ajudar a devolver títulos a Portugal. Sinceramente, encaro isto como mais um desafio, percebendo que com trabalho tudo se consegue, entrando nos momentos de decisão e, a partir daí, a nossa competência irá ditar tudo. Por outro lado, e fazendo um ponto nesta ordem das coisas, o Óquei de Barcelos, através do presidente, Hugo Ricardo, foi inexcedível e fantástico, permitindo que eu acumulasse os dois cargos. Caso contrário não seria possível.
Não seria possível a seleção ou o Barcelos?
-Não seria possível ir para a seleção. Tendo o acordo com o Barcelos até final do ano, com objetivos importantes, teria de ser sempre o Barcelos a autorizar estes contactos.
Podemos concluir que está orgulhoso pelo convite da Federação e grato pela postura do Barcelos?
-Claramente que sim. Orgulho pelo convite e por representar o Barcelos. Sempre me trataram bem e valorizaram o meu trabalho aqui. Só tenho de dar tudo por esta gente, que merece tudo que se possa dar, à direção e ao povo que se desloca a este pavilhão.
Disse em entrevista a O JOGO, há um ano, que só o Barcelos o faria regressar depois da saída do Sporting. Imaginava nessa altura estar agora a treinar o Barcelos e a Seleção Nacional?
-Não. Mas as coisas no desporto são muito determinadas pelo momento.
É o maior desafio da sua carreira?
-É mais um. Um diferente. Muitas vezes, estes desafios têm uma carga emocional muito forte e temos de viver com isso. É mais um grande desafio, acima de tudo. A grande diferença, neste projeto, é que tenho de olhar para todos os atletas portugueses e escolher como bem entendo, porque sei que não vai ser colocada a componente financeira, e, assim, permitir que as minhas ideias e decisões possam contribuir para a conquista de títulos por Portugal. Sou uma pessoa muito realista e, entrando aqui os meus sonhos, eles são ser campeão e ganhar a Taça de Portugal pelo Óquei, mais a Taça das Nações e o Mundial por Portugal.
Se jogadores que no ano passado fizeram grandes épocas pelo Barcelos, como o Alvarinho e o Vieirinha, e que não foram chamados à Seleção, o forem agora, não o podem acusar de favorecer o Barcelos?
-Tenho isso muito claro. Os meus atletas sabem como funciono. Se tiver que lhes dar oportunidades, não será porque sou treinador deles, mas pela qualidade e mérito. A minha relação com eles será exatamente a mesma.