"Honestamente, não acredito que é possível cancelarem a natação para o triatlo", refere o português
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O português Vasco Vilaça acredita que o segmento de natação de triatlo dos Jogos Olímpicos Paris'2024 se vai disputar no rio Sena, apesar das preocupações com a poluição, mas está preparado para um plano B.
“Honestamente, não acredito que é possível cancelarem a natação para o triatlo. Nós fizemos lá a prova o ano passado. Fizemos a individual, mas na estafeta já estava má qualidade na água, porque, como o rio tem uma corrente muito forte, a água está sempre a mudar, e pode de repente vir água de má qualidade e de repente água de boa qualidade”, explicou.
Em entrevista à agência Lusa, o triatleta do Benfica lembra que “foram investidos muitos milhões de euros para tentar limpar e melhorar a qualidade da água no rio Sena” e que, por isso, acredita que “depois desse investimento da cidade de Paris as coisas vão estar em condições” no final de julho.
Vasco Vilaça referiu que “a decisão só é feita no dia antes ou mesmo no dia da prova”, porque tem de ser vista “a qualidade da água naquele momento”, pelo que este é um problema com o qual não se tem de preocupar muito. “Temos que ir com o plano A, que é fazer um triatlo. […] Vamos dizer que é 99% que vai ser um triatlo - estou eu a dizer isto não são estatísticas feitas por mais ninguém. [...] Em caso de não haver natação, quer dizer que fazemos uma corrida em vez da natação, ou seja, corrida, bicicleta, corrida. Sendo que nós, se estamos a treinar a corrida para depois da bicicleta, também vamos estar em forma para correr antes da bicicleta em vez de nadar se for preciso”, garantiu.
Vasco Vilaça já conheceu o percurso da prova individual de triatlo, durante o evento-teste, em que foi segundo, e considera que se adapta “mais ou menos” às suas características, pois “é um percurso um bocadinho diferente do normal”, com uma natação com muita corrente. “No ano passado, a natação não me correu muito bem, pois lutei demasiado contra a corrente, ou seja, tentei ir pelo caminho mais curto, que normalmente no mar é das coisas que eu consigo fazer muito bem: é cortar o caminho mais curto para chegar à boia e fazer o percurso mais curto possível. Mas tive que aprender a, quando a corrente está tão forte, tentar ir por caminhos que se protegem um bocadinho da corrente. Embora, se calhar, faça 50, 100 metros a mais, consigo nadar muito mais rápido”, disse.
Para Vilaça, o ciclismo é “pouco técnico”, o que para si, como é “um atleta normalmente de certa forma agressivo e bom tecnicamente na bicicleta”, não é tão positivo, porque facilmente vai haver um “grupo grande na bicicleta”. “Eu preferia um percurso mais um bocadinho mais técnico para partirmos em grupos diferentes, poder haver espaço para fugir. A corrida, depois, é corrida, as diferenças de percurso não são muito grandes, é plano, acaba por ser o melhor corredor no dia”, referiu.
Mas Vilaça, “embora gostasse exatamente que houvesse um percurso um bocadinho mais técnico na bicicleta”, acha que o percurso “se adapta bastante bem” às suas características, até porque foi segundo no evento-teste.
Os Jogos Olímpicos Paris'2024 disputam-se de 26 de julho a 11 de agosto, com as provas individuais de triatlo a realizarem-se em 30 e 31 de julho e a estafeta mista em 05 de agosto.