Sucessos do português da UAE Emirates na Volta à Romandia e no País Basco, a que se juntam mais dois pódios, não aconteceram por acaso
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Com 31 dias de corrida em 2025, João Almeida está a atravessar a melhor fase da carreira, o que comprovou com a conquista da 78.ª Volta à Romandia, num dos êxitos mais prestigiantes do ciclismo português. Em solo suíço e acabado de celebrar a Volta ao País Basco, o português da UAE Emirates mostrou que está mais forte, colhendo os frutos de ter passado a treinar com o espanhol Javier Sola, que trabalha com Tadej Pogacar desde 2024.
A fazer o mesmo percurso que o craque esloveno, o ciclista de A-dos-Francos evidenciou melhorias na montanha, pois passou a conciliar as subidas de ritmo com mudanças de velocidade para deixar os rivais para trás. Tal foi visível na quarta etapa de Paris-Nice (bateu Vingegaard) ou na penúltima da Romandia, sendo apenas acompanhado por Lenny Martínez, sobre quem sabia ter vantagem para o contrarrelógio. Os “cronos” foram outro capítulo em que Almeida evoluiu, atingindo a maturidade. O corredor luso faz exercícios individuais sempre em crescendo, a aumentar ou, pelo menos, a manter o andamento na parte final: no Algarve foi sexto na cronoescalada, mas o mais rápido a subir o Malhão; e, na Romandia, depois de um atraso de 11s para Remco Evenepoel no único ponto intermédio, não perdeu nada até ao fim para o campeão mundial e olímpico.
“Se é o meu ano? Provavelmente, não sei. Ainda há um longo caminho, mas está a ir muito bem”, comentou. Mesmo tendo deixado escapar a Volta à Comunidade Valenciana por um pequeno erro de colocação, os progressos de Almeida traduziram-se em resultados, fazendo o melhor possível no Algarve (segundo), na presença de Vingegaard, e só ficando em sexto no Paris-Nice por adoecer. Seguiu-se um duplo triunfo, que lhe permite solidificar o estatuto de terceiro melhor voltista do último ano na hierarquia da UCI.
Mira à Volta à Suíça
Na estratégia da UAE Emirates de dar oportunidades aos vários líderes para depois estes passarem a trabalhar para Pogacar na Volta a França, João Almeida capitalizou praticamente tudo o que podia, com duas vitórias e dois segundos lugares à geral nas cinco corridas por etapas que fez. Seguindo para estágio na Sierra Nevada, a Volta à Suíça, de 15 a 22 de junho e na qual foi segundo há um ano, pode ser a última chance de vitória este ano, dependendo se o português estará na Vuelta como líder, caso “Pogi” não vá, numa escolha a ser feita em julho.