"Nova competição para estrear a vencer? Espero que não inventem mais, já chega..."
Declarações de João Matos, esta terça-feira, na chegada da equipa das "quinas" a Lisboa, após a conquista da Finalíssima nos penáltis, frente a Espanha, no domingo.
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Qual o sabor de mais uma conquista? "Têm sido anos incríveis para o futsal português, desde 2016 que não perdemos um jogo oficial. Temos levado o nome de Portugal pelo mundo fora, desta vez não foi exceção, a primeira edição deste torneio. Mostramos mais uma vez o que ser equipa e que temos uma grande alma. O futsal português tem muita qualidade, independente das opções de Jorge Braz, quem vem sente esta família e sente o que é representar Portugal da melhor forma. E culminou com mais um título."
Como se descreve a alma desta seleção? "É uma alma que tem vindo a ser construída, muito por mérito de Jorge Braz. Desde do primeiro ano na seleção, deram-lhe espaço para um projeto e tiveram paciência. Manteve sempre a sua linha e que nos conduziu a esta glória. Fomos criando um espírito que culminou em 2018 com primeiro título pela seleção. É visível mesmo para quem está longe e olha pela televisão, este espírito, esta entreajuda, esta união. Falamos muitas vezes numa família. Não são só estes jogadores, há ainda outras opções que não estiveram aqui, mas são válidas. Esse espírito e essa alma mostramos cada vez que entramos dentro de campo, cada vez que vamos atrás de um resultado. Nunca damos um jogo por perdido e estamos com muito mérito naquilo que temos vindo a construir e a fazer."
É preciso inventar uma nova competição para se estrear a vencer? "(risos) Espero que não inventem mais, já chega de competições, felizmente tenho estado nas grandes decisões e levantado muitos troféus importantes para o futsal português e para Portugal."
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O discurso de Jorge Braz no momento dos penáltis já começa a ser marcante? "Um discurso muito honesto e que é passado muitas vezes para nós. O orgulho que Jorge Braz tem em nós e a confiança que temos em toda a equipa de Jorge Braz e é este sentimento que nos faz ir atrás destas coisas, esta honestidade e lealdade e esta forma sincera como acredita no nosso valor, faz com que tenhamos mais forças para continuar, juntamente com uma série de pessoas que acreditam em nós e nos dão o devido valor e que nos fazem sentir muito bem no seio da seleção."
Como se sente por ser uma das pessoas que levou o futsal português para outros patamares e agora ao ver a seleção renovada com jovens? "Fico extremamente orgulhoso e muito satisfeito e nada melindrado por me roubarem uns minutos. Estar ali a bater palmas, a apoiá-los e incentivá-los, porque há muita qualidade. Não só nestes jovens que quase são sub-23, mas noutros que estão para aparecer, como se viu nos sub-19. Temos muito talento e, se for bem conduzido, está cá o Jorge Braz, eu, o Bruno Coelho, o André Sousa, Pany Varela para ajudar nesse entrosamento com a seleção principal. Portugal vai ter muitos anos de sucesso. É preciso é manter este foco, esta humildade, honestidade no processo e a forma como trabalhamos no sucesso. Serei uma peça para ajudar estes jovens, como tenho sido."
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Sentem que o futsal é principal responsável para que haja obras na Cidade do Futebol? A sala de troféus já está a ficar pequena... "Felizmente. E que assim seja, o nosso objetivo passa sempre por ganhar, mas temos uma responsabilidade de representar bem o futsal português, mas também o trabalho interno. Não só na Federação, mas os clubes que também são responsáveis por este sucesso. O trabalho nos clubes reflete-se na qualidade dos atletas. Claro que a equipa técnica do Jorge Braz terá sempre o seu ponto e a forma como nos tem conduzido a esta glória. Agora temos um apuramento para o Mundial e na próxima competição oficial, vamos dar uma resposta positiva. Se em 2018, dissemos que não íamos entrar de peito feito e chegámos ao Mundial e mostramos a nossa ambição. Depois de conquistarmos o Mundo, voltamos ao Europeu e não foi por isso que não lutámos e essa humildade e a forma dedicada como queremos cada vez, mais uma vez demos tudo, num piso e condições que encontrámos na Argentina e não encontrámos na Europa, a melhor resposta foi esta."
Qual o troféu mais pesado? "O mais pesado não são os troféus, mas o que temos de fazer já amanhã, a preparação das próximas competições, não é uma responsabilidade de ganhar tudo. A responsabilidade é diária para representarmos bem o futsal português nos clubes, para depois sermos opções para Jorge Braz."