Ferreira do Zêzere: Pedro Martinho é um dos esteios de uma equipa que respira confiança e que ocupa o quarto lugar. Em bom plano no arranque, ribatejanos carregam na ambição
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Há uma tranquilidade contagiante no discurso de Pedro Martinho. Aos 24 anos, o guarda-redes do Ferreira do Zêzere transmite a mesma segurança que tem mostrado a defender a baliza de uma equipa que, jogo após jogo, tem surpreendido na Liga Placard.
Quarto classificado, graças a um arranque sólido, o conjunto ribatejano tem no trabalho coletivo e na união os seus trunfos mais fortes. "Tem sido um início normal, mas consistente. Três vitórias em cinco jogos mostram que o que fazemos diariamente está a dar frutos. No ano passado demorámos mais tempo a encontrar o ritmo certo, mas, agora, a equipa tem uma cultura de vitória bem vincada", sublinha a O JOGO Martinho, que participou nos cinco jogos.
A chegada de Cristiano Coelho ao comando técnico ferreirense, depois de ter sido adjunto de Ricardo Lobão, marcou uma mudança subtil, mas decisiva para a caminhada firme. Esta é a primeira época de Cristiano como treinador principal e Pedro Martinho admite que o técnico, além de dar continuidade ao projeto, incutiu no grupo uma cultura de exigência. "Conheço o "Cris" há vários anos, desde o Porto Salvo. É alguém que respira futsal e que está sempre disponível para nos ouvir. Pediu-nos trabalho e rigor, e o plantel reflete isso. Nem sempre dá para jogar bonito, mas, nesses momentos, a entrega e a luta fazem toda a diferença", explica o guardião, destacando também o vínculo da equipa com os adeptos. "Senti-me em casa desde o primeiro dia. O apoio das pessoas é impressionante, seguem-nos do norte ao sul, e até às ilhas. No futsal, nunca vi nada igual. Essa paixão dá-nos força e motiva-nos a continuar a lutar".
No discurso do guardião, a palavra "grupo" aparece vezes sem conta, e não é por acaso. "Temos um balneário fantástico. Há brio, consciência e vontade de melhorar. Sabemos que só juntos alcançaremos os objetivos que traçámos. Aprendi que é possível trabalhar com seriedade, mas também com prazer. A alegria no dia a dia dá-nos força quando as coisas não correm bem", reforça.Com a equipa entre os primeiros lugares, e em grande forma, Pedro Martinho não esconde a ambição. "O quarto lugar mostra que estamos no caminho certo. Queremos fazer melhor do que na época passada e lutar pelos quatro primeiros lugares para chegar ao play-off de apuramento de campeão e fazer uma gracinha", conclui o guarda-redes.
Liga tem de dar o "passo seguinte"
A Liga Placard, na visão do guarda-redes, vive um momento de evolução e equilíbrio. "Já não há tanta diferença entre os grandes e os restantes. As equipas estão mais bem preparadas e com mais qualidade. Mas falta dar o passo seguinte: profissionalizar verdadeiramente a liga, criar estruturas e um sindicato que proteja e valorize os jogadores", defende. A realidade, admite, ainda é dura. "Infelizmente, ainda há muitos jogadores que não conseguem viver apenas do futsal. Há quem tenha feito carreiras inteiras pelo amor ao jogo. É preciso mudar isso, e cabe à Liga e à Federação criarem condições para que, no futuro, isso não aconteça".