Campeão olímpico em Pequim'2008 está "pronto" para dar "um salto anormal".
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O campeão olímpico português do triplo salto, Nélson Évora, apontou este domingo a "consistência" como fator determinante para poder concretizar o sonho antigo de obter a marca dos 18 metros nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
"Falta um salto anormal. Bater os 18 metros? Sem dúvida, é isso que me fará brilhar o olhar. Estou pronto para saltar bem e estar consistente. Além da excelência, a consistência faz a diferença", indicou o vencedor da medalha de ouro em Pequim'2008, à margem do Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas, que decorreu na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.
Depois de ter dado mais um sinal de longevidade em março de 2019, então com 34 anos, ao conquistar a 11.ª medalha em grandes competições de triplo salto, com a prata por um salto de 17,11 metros nos Europeus de pista coberta de Glasgow, Nelson Évora encontra-se "motivado" para voltar a surpreender a concorrência em solo olímpico.
"Não tenho qualquer tipo de mazelas, estou a treinar bem e ando feliz com as sensações diárias. Espero que me mantenha assim até aos Jogos. Se não duvidar um milímetro das minhas capacidades e acreditar no trabalho do meu treinador e da equipa onde estou inserido, só posso tirar bons frutos", observou o campeão do triplo salto masculino nos Mundiais de 2007 e nos Europeus de 2018.
Com presenças em Atenas'2004 (40.º classificado), Pequim'2008 (medalha de ouro, saltando 17,67 metros ao quarto ensaio) e Rio'2016 (sexto colocado), o atleta do Sporting recusa qualquer carga emocional acrescida por poder encerrar o currículo olímpico na capital japonesa, onde estará o recordista nacional Pedro Pablo Pichardo.
"Tenho de ir com a mesma ambição, foco e 'mindset' de sempre, pensando como se pudesse fazer mais 20 Jogos Olímpicos, para concluir a minha participação da melhor forma", recomendou o último campeão olímpico nacional no ativo.
A temporada arranca a 2 de fevereiro, no Meeting de Paris, prosseguindo com o Campeonato do Mundo de pista coberta na cidade chinesa de Nanjing, entre 12 e 15 de março, cuja participação de Nélson Évora dependerá do rumo traçado com o técnico cubano Iván Pedroso, ex-campeão olímpico e mundial do salto em comprimento.
"Preparar-me para estar em super forma em dois momentos numa época não é impossível, mas também não é uma prioridade. Se não estiver consistente nas marcas que ambiciono, continuarei a minha preparação para aparecer de forma digna nos Jogos. Tenho a meta de estar na prova mais importante do ano", explicou o atleta luso-cabo-verdiano, que vive e treina atualmente em Madrid, equacionando a possibilidade de voltar a subir ao pódio no Estádio Olímpico de Tóquio.
Orador na segunda edição do Encontro Nacional de Esperanças Olímpicas, iniciativa promovida durante o fim de semana pelo Comité Olímpico de Portugal na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, Nélson Évora deixou uma mensagem de "foco e humildade" aos 98 jovens aspirantes à presença nos Jogos de Paris'2024.
"Só assim conseguiremos surpreender todas as probabilidades, perante um país pequenino e onde ninguém espera nada de nós. Se a comitiva olímpica tiver este espírito, a começar por Tóquio, podemos fazer coisas únicas e históricas", afiançou.