Novo vínculo do poste é de duas temporadas, dependendo a próxima da opção dos Celtics. Tem metas em duas frentes: conquistar G-League e NBA. Saiba quem ganha mais nos Celtics e quais os portugueses mais bem pagos fora do futebol
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Com o aproximar do fim da fase regular da NBA, Boston converteu o contrato “two-way” (duas vias) de Neemias Queta num vínculo “standard”, pagando-lhe 641 mil dólares (590 mil euros) e permitindo ao internacional de 24 anos e 2,13 metros entrar nas escolhas para o play-off.
Foi mais um passo histórico para Portugal, que esperou até 2021 para ter um jogador na liga norte-americana, mas agora se vê na situação de poder festejar a duplicar: com a ajuda do basquetebolista do Vale da Amoreira, Maine está nas finais da G-League pela primeira vez e já venceu Oklahoma no primeiro jogo, por números claros (106-86), enquanto Boston, detentor do melhor registo da NBA (62 vitórias 16 derrotas), parte como favorito à conquista de um anel que foge há 16 anos.
Segundo a página “HoopsHype”, o acordo abrange o resto da presente temporada e a próxima, dependendo a continuidade em 2024/25 de os Celtics exercerem a opção de equipa. Nesse caso, Queta encaixará dois milhões de euros. Caso tal não suceda, torna-se agente-livre este verão. Mas tudo indica que o gigante luso seja uma opção de futuro para os verdes, que, no defeso, podem perder Luke Kornet e Xavier Tillman, postes que serão agentes livres irrestritos, podendo negociar com qualquer equipa.
Ao longo de vários meses, a 15.ª e última vaga no plantel às ordens de Joe Mazzulla esteve por preencher. Esta decisão veio premiar a paciência e o comportamento exemplar de Queta: superou duas lesões no último ano, viu-se na situação mais ingrata do plantel - convocado ou não -, sobretudo após a contratação de Tillman, em fevereiro; e provou com números que merecia novas oportunidades. “Celebrem pelo Neemi, de verdade. Todos os dias ele chega e trabalha no duro. A cada minuto que consegue, ele compete e faz tudo o que lhe é pedido”, enalteceu o colega Derrick White.
Utilizado em 26 partidas (médias de 4,6 pontos e 4,1 ressaltos) e convocado em mais 21, Neemias Queta estava perto de atingir o máximo de 50 jogos estipulado pelo contrato “two-way”, igual ao que teve com Sacramento nas duas primeiras épocas na NBA. A limitação deixa agora de ser um problema, mas, perante a forte concorrência pela posição - há Kristaps Porzingis, Al Horford, Kornet e Tillman -, é difícil que o poste português tenha tempo de utilização significativo no play-off, que arranca no dia 20 e, no máximo, se estende a 23 de junho.
A NBA já teve jogadores de, pelo menos, 92 países, além dos EUA. Só esta época estão a jogar 125 estrangeiros, de 40 nações, um recorde.
Diferente é a lista de campeões, que fora dos EUA só tem basquetebolistas de 31 países diferentes. Se Boston confirmar o favoritismo, juntará três nações à lista: Letónia de Porzingis, República Dominicana de Horford e Portugal de Queta.
Embora elevados para os valores nacionais, os 590 mil euros de Queta são, de longe, o salário mais baixo entre os 15 jogadores de Boston.
Jrue Holiday está no topo, com 34 milhões, seguindo-se Kristaps Porzingis (33,2), Jayson Tatum (30) e Jaylen Brown (29,3). Este tem o maior contrato, que se estende até 2029, ano em que auferirá 61 milhões de euros.
Depois do quarteto de estrelas de estrelas estão Derrick White (16,9 milhões) e Al Horford (9,2), havendo uma quebra para os restantes. Luke Kornet ganha 2,2 milhões de euros e Xavier Tillman 1,8, acabando ambos o contrato esta época.
Ao todo, a folha salarial dos Celtics supera os 171 milhões de euros, sendo a quinta mais elevada e já bem acima do teto definido pela NBA (125 milhões).
Fechando 2023/24 com um salário de 590 mil euros, Queta irá manter-se como terceiro atleta português mais bem pago fora do futebol.
O ciclista João Almeida aufere entre um e 1,2 milhões anuais na UAE Emirates, enquanto Miguel Oliveira terá, no MotoGP, um acordo entre 650 e 750 mil anuais na Trackhouse, segundo várias fontes. Os valores oficiais não são revelados em nenhum dos casos.
Passando o contrato do basquetebolista para um segundo ano, os dois milhões de Queta serão recorde para um português não futebolista.