Não há dinheiro na Europa que os leve do Sporting: "Hoje os atletas ganham pouco..."

Martim, Ricardo e Kiko Costa
Mário Vasa
PARTE IV - Economia do andebol anda pelas ruas da amargura, explica Ricardo Costa para justificar a natural continuidade dos filhos nos leões
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"Em relação ao interesse, vou já explicar uma coisa: hoje em dia, o andebol europeu e mundial, mas mais europeu, não tem dinheiro. Há vinte e tal anos pagava-se facilmente um milhão de euros pelo Iker Romero, hoje não se pagam cláusulas e as equipas tentam contratar a dois e três anos de distância. Por exemplo, o Kiel quis contratar o Pérez de Vargas [guarda-redes espanhol] e fez-lhe a proposta dois anos antes. O andebol está assim, não há liquidez suficiente para se montar projetos desportivos", esclarece Ricardo Costa. "O [Alen] Muratovic, há 25 anos, foi contratado por 700 mil euros, hoje continuamos a falar dos mesmos valores. Mas se fizermos o cálculo da inflação e percebermos o que eram esses 700 mil euros e o que são hoje...na altura, uma casa valia 50 ou 60 mil euros e hoje vale 700 mil. Hoje nós pagamos o mesmo por um jogador top mundial, por isso alguma coisa está mal na economia do andebol, que não cresceu", continua o treinador nascido no Porto, de 49 anos. "Hoje os atletas ganham pouco, a nível mundial e europeu ganham pouco em função do que ganhavam os atletas há 25 anos", insiste.
A vontade de sair existe, mas não é urgente
"Como já disse, um dia eu gostava de jogar fora de Portugal, não sei quando, a verdade é que neste momento não penso nisso e, não pensando nisso, não entendo sair como um objetivo. Também tenho uma cláusula de rescisão e um contrato com o Sporting, portanto, mesmo que quisesse, não é assim que funciona. Tenho contrato, gosto de estar aqui, não é difícil resistir", diz Martim. Já Kiko tem sido insistentemente associado ao Barcelona. "Olhe, penso que em janeiro tenho um Europeu", surpreende. "Vai ser treinador", interrompe o pai a rir-se. "Se para o ano temos Kiko no Sporting? Temos", responde. E Martim? "Tudo indica que sim", riposta também o mais velho.
