Fábio Vidrago foi um dos dispensados do Benfica, teve propostas do estrangeiro, mas não está disposto a sair do país. Deixa o andebol com 32 anos, lamentado apenas não ter sido campeão nacional na Luz.
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Fábio Vidrago, um dos jogadores que o selecionador Paulo Jorge Pereira levou à fase final do Campeonato da Europa de janeiro - foi um dos atletas que fez o segundo sprint mais rápido na prova, com 31 km/h, apenas superado pelo sueco Jerry Tollbring, também ponta-esquerda e que joga nos alemães do Rhein-Neckar Löwen, com 32km/h -, vai deixar de jogar.
Com 31 anos, natural de Braga, Vidrago teve a possibilidade de continuar, mas para fora do país não queria ir e as propostas que recebeu internamente não lhe foram nada apelativas. "Admito que podia continuar a jogar, tenho 31 anos, vou fazer 32, sinto-me bem, mas não apareceu nada que me agradasse e ir para fora não era opção para mim. É esquisito, mas é a vida", disse o extremo esquerdo a O JOGO, orgulhoso da carreira em que decidiu agora colocar um ponto final: "Acho que fiz um bom trabalho, comecei campeão de infantis no ABC e cheguei ao título de seniores. Aliás, fui campeão em todos os escalões pelo ABC e a única coisa que me entristece foi não ter sido campeão pelo Benfica, onde ganhei a Taça de Portugal e a Supertaça. Faltou-me esse campeonato nacional pelo Benfica". Na verdade, em seniores, Vidrago foi campeão uma vez pelo ABC, ganhou cinco Taças de Portugal, sendo quatro pelos academistas e uma pelo Benfica, e duas Supertaças, uma por cada clube que representou ao mais alto nível.
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Agora que vai deixar de praticar a modalidade, o ponta diz que "vai continuar a acompanhar", mas não se vê "a desempenhar qualquer outro cargo".
O orgulho de ter jogado o Campeonato Europeu
A nível de seleção, Fábio Vidrago representou as diversas formações nacionais por 117 vezes, tendo 52 internacionalizações A, equipa em que apontou 117 golos. De resto, a última vez que jogou de Quinas ao peito foi no Europeu de janeiro, na Noruega e Suécia, em que Portugal alcançou um histórico sexto lugar - a sétima posição, em 2000, na Croácia, era até então a melhor classificação de sempre de Portugal.
"Foi um orgulho muito grande representar o país nessa prova. Ainda por cima a Seleção Nacional estava afastada dos grades palcos há 14 anos. Foi uma sensação ótima, de grande realização, e acredito que eles agora continuarão a ir a grandes competições mais vezes e a conseguir cada vez melhores resultados nessas provas", expressou o ponta-esquerda em jeito de despedida e desejo de boa sorte.