MotoGP: muitos sorrisos na Índia, para vender motos no maior mercado mundial
Miguel Oliveira "jogou" críquete, Jorge Martin saltou nas danças tradicionais e a pista foi elogiada. Pilotos sabem que aquele mercado vale 24 mil milhões de euros.
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De repente, tudo se transformou em sorrisos. O MotoGP superou os problemas com os vistos, esqueceu que a homologação do Circuito Internacional de Buddh, nos arredores de Nova Deli, foi feita em cima da hora, ultrapassou a inédita exigência do pagamento de impostos feita aos pilotos e o Grande Prémio da Índia teve um primeiro dia de elogios. Esta sexta-feira, às 6h45 e 11h00 (treinos livres), sábado (corrida sprint às 11h00) e domingo (corrida principal às 11h00) se confirmará se a manobra de charme no maior mercado mundial de motos valeu a pena.
O MotoGP, em quebra de audiências desde a saída de Valentino Rossi, suspirava há muito com a entrada no país que tem 40% do mercado mundial, com 15,9 milhões de motos vendidas por ano e receitas de 24 mil milhões de euros calculadas para 2023, estando previsto um crescimento de 9% até 2027.
A Hero, empresa indiana que corre o Dakar com Joaquim Rodrigues, tem 32,2% das vendas, seguida por Honda (25,2%), TVS (16,2%), que é outro fabricante local, e a Bajaj (11,3%), também indiana, mas associada de KTM e Husqvarna.
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O MotoGP será uma excelente oportunidade para construtores como Yamaha e as italianas Ducati e Aprilia (esta tem 0,33% das vendas com a Piaggio) tentarem conquistar mercado.
"É interessante. Tem uma grande reta, mas o resto parece muito divertido e suficientemente seguro. É promissor", disse Miguel Oliveira, depois de reconhecer o traçado de 4,97 km e fazer uma tentativa de jogar críquete na reta da meta. Nenhum piloto foi aprovado no jogo que cativa os indianos, mas Jorge Martin, segundo do Mundial, compensou com o entusiasmo demonstrado na exibição das danças tradicionais.
E, mais importante, todos tiveram frases bonitas, como a do campeão, Pecco Bagnaia: "Aqui há um grande amor pelo desporto".
Pilotos tiveram de pagar imposto salarial!
A lei indiana obrigou as equipas a apresentarem os contratos dos seus pilotos, que ao entrarem no país tiveram de pagar um imposto de renda de 20% sobre 1/20 do seu salário anual.
Segundo a "Speedweek", num caso como o de Marc Márquez isso significou 36 mil euros, para a maioria terá ficado pelos 1000 euros.
Como os pilotos se recusaram a pagar, foram as equipas de fábrica a fazê-lo, devidamente compensadas pela Dorna, organizadora do MotoGP.
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