Miguel Miranda: "Não é nada bom começar a Liga, nós estamos nas mesmas condições"
Treinador do Vitória de Guimarães fez críticas duas ao organizador da Liga Betclic e à Associação Nacional de Treinadores após o jogo com o FC Porto.
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“Não é bom começar a Liga porque estamos a começar nas mesmas condições em que estávamos na semana passada e há duas semanas. Temos um americano [Trey Moses] que está na bancada e está cá a trabalhar desde setembro e, não por culpa dele, não pode contribuir”, disse Miguel Miranda, treinador do Vitória de Guimarães, após o jogo frente ao FC Porto, na manhã deste sábado, no Dragão Arena, em que perdeu por 88-80.
“Não entendo porque é que decidimos jogar esta jornada e não as duas anteriores, visto nós estarmos nas mesmas condições. É estranho, muda-se o modelo de competição da Liga, tomam-se decisões que eu acho importantes, mas gostava de perceber porque é que os treinadores não são ouvidos”, continuou o técnico.
"O Vitória de Guimarães veio ao reduto do FC Porto, jogar para ganhar, porque quem organiza a Liga Betclic nos disse que tínhamos que aqui vir"
“Eu não sou sócio da Associação Nacional de Treinadores, falo com alguns treinadores que são sócios e não são ouvidos na mesma. Com todos os treinadores que falamos, a opinião é que esta jornada não se deveria jogar, uma vez que nós estamos na mesma situação em que estávamos”, sublinhou, continuando quase sem se deter: “Serei o primeiro a ser sócio e a ir para a luta se a Associação Nacional de Treinadores fizer alguma coisa, porque esta é a minha profissão. Não sei qual é a posição da Associação Nacional de Treinadores, mas a minha é esta. O Vitória de Guimarães veio ao reduto do FC Porto, jogar para ganhar, porque quem organiza a Liga Betclic nos disse que tínhamos que aqui vir. Fizemos tudo para ganhar, com essa condicionante, frente ao FC Porto que joga muito bem, os meus parabéns. Ganhar dois quartos valoriza muito o trabalho que nós fizemos aqui”.
A finalizar, o técnico de 46 anos, natural do Porto, admitiu que se os vitorianos tivessem, em algum momento, passado para a frente, a história da partida poderia ser outra. “Podíamos ter tido outro resultado caso chegássemos à frente, mas um jogador com 38 minutos, outro com 37, não é fácil, o discernimento já não é o mesmo, além do mais existe a qualidade do FC Porto. Tivemos que ir para uma defesa zona para baixar ritmos e respirar, usei todos os time-outs que tinha para os atletas descansarem mais do que outra coisa qualquer. Fico triste com a derrota, mas satisfeito por marcar 80 pontos, contra uma equipa que já vem com ritmo da Europa, enquanto para nós foi o primeiro jogo oficial”.