A Meia Maratona de Cardiff, corrida no primeiro domingo de outubro, contou com a participação de cerca de 300 participantes portugueses, naquela que foi a 21.ª e a maior edição de sempre. O JOGO esteve lá e conta-lhe como foi
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Os portugueses que correram a Meia Maratona de Cardiff representaram cerca de 10% dos cerca de 3000 participantes de fora do Reino Unido. A prova despertou a curiosidade dos lusos – e não só – e para saber porquê, calçamos as sapatilhas e alinhamos na partida.
O tamanho conta e quem diz o contrário, mente. A escala de uma corrida é um ponto de atração e na Meia Maratona de Cardiff o tamanho do pelotão que cortou a meta foi de 22 624, edição recorde das 21 já disputadas. Para este sucesso muito contribui o facto deste evento pertencer ao circuito SuperHalfs, criado em 2020. Este começou por incluir cinco provas e foi depois alargado para seis, com a inclusão de Berlim. Se levarmos em linha de conta apenas os números de 2024, a prova de Cardiff está ali no meio da tabela das mais participadas, depois de Berlim (30 905) e Copenhaga (22 784). Contudo, não se preocupem os claustrofóbicos, e aqueles com ambições de bater recordes pessoais, pois o percurso é realizado por avenidas e ruas largas e com poucas viragens bruscas, tornando fluída a passagem do pelotão pela capital galesa. Mais: o piso é quase todo em alcatrão e os desníveis resumem-se a uns poucos viadutos, perfazendo um desnível acumulado de apenas 71 metros, segundo o GPS do nosso Suunto Spartan Sport.
Apoio caloroso nas ruas
Os cardifianos vivem a corrida com entusiasmo o que, somado à sua natureza amistosa, resulta num ambiente vibrante. Não tanto como na Meia Maratona de Copenhaga, mas na capital dinamarquesa ficamos com a ideia de que as principais despesas do apoio são feitas por estrangeiros, ao passo que em Cardiff os locais são a maioria. Não exageramos se lhe dissermos que em algumas zonas é difícil ter um vislumbre de passeios livres de assistência. As maiores concentrações acontecem na zona residencial de Richmond e nas zonas circundantes ao convidativo Roath Park, não esquecendo a zona da baía, em Cardiff Bay. Os gritos de incentivo são acompanhados por cartazes e é comum ver muitas crianças de braço estendido com recipientes cheios de gomas, rebuçados e smarties no que é uma curiosa originalidade local.
Conhecer uma cidade em passo de corrida dá tempo suficiente para poder apreciar as atrações locais, entre as quais, destacamos o Castelo de Cardiff (local de partida), a zona residencial de Penarth, com os seus peculiares canais de água e ancoradouros – uma espécie de micro-Veneza contemporânea - e a Baía de Cardiff, zona onde estão instalados os bonitos edifícios do parlamento: o antigo, o Pierhead, com o seu típico tijolo vermelho vivo, e o novo de arquitetura arrojada. À saída da baía, o majestoso centro cultural Canolfan Milenwm Cymru, com as inscrições em galês e inglês, recortadas em grandes placas de aço de cor acobreada: “Nestas pedras horizontes cantam”. Nós não cantamos, ofegamos até à meta instalada numa avenida junto ao Museu Nacional de Cardiff, uma das peças de um conjunto monumental feito para impressionar.
Outro ponto não descurado pela organização é a animação. O concerto ao vivo no sábado, dia anterior à corrida, foi um bom presságio que se confirmou no dia da corrida com muitos grupos de animação que foram desde ao folclore local à música eletrónica.
Chegados aqui, não é difícil perceber que toda a experiência se recomenda, mas ainda assim não é isenta de crítica: a zona de chegada, após a meta não tem funis e é confusa; não houve fruta e teria sido simpático terem oferecido um saco para guardar a água, a camisola oficial (só entregue no final da prova), a bebida com eletrólito e um par de barras energéticas. Nada de grave, mas torna as fotos do final de prova, o convívio com os amigos e o regresso ao hotel num malabarismo de mãos escusado.
Edição de 2025 esgotou em 12 horas
Se lhe deu a curiosidade de dar lá um salto, saiba que a próxima edição da Meia Maratona de Cardiff já tem data marcada: 5 de outubro de 2025. Estas são as boas notícias. As más é que as inscrições, abertas a nove de outubro, esgotaram mais depressa do que um barril para umas “pints” num quente dia de outono: esfumaram-se em 12 horas! Já só restam algumas ao abrigo de acordos com operadores turísticos, compradas por via do sítio oficial do circuito SuperHalfs ou através dos programas de solidariedade.
Calendário de 2025 das Superhalfs
Nota: a única ainda não realizada em 2024 é a de Valência, já esgotada.
Lisboa
09/03/2025: Inscrições esgotadas.
Corredores na meta na edição de 2024: 13 245.
Praga, República Checa
05/04/2025. Inscrições abertas e 40% já vendidas.
Corredores na meta na edição de 2024: 13 551.
Berlim, Alemanha
06/04/2025: Inscrições esgotadas.
Corredores na meta na edição de 2024: 30 905.
Copenhaga, Dinamarca
14/09/2025: Inscrições abrem a 14 de setembro.
Corredores na meta na edição de 2024: 22 784.
Cardiff, Gales
05/10/2025: Inscrições esgotadas.
Corredores na meta na edição de 2024: 22 624.
Valência, Espanha
26/10/2025: Inscrições abrem na segunda semana de dezembro.
Corredores na meta na edição de 2024: 19 469.
Classificações da Meia Maratona de Cardiff de 2024
(22 624 participantes cortaram a meta)
Masculinos (56%)
1.º Patrick Mosin (Quénia) 01:00:02
2.º Vincent Mutai (Quénia) 01:00:13
3.º Cosmas Boi (Quénia) 01:00:18
Femininos (44%)
1.ª Miriam Chebet (Quénia) 01:06:43
2.ª Grace Nawowuna (Quénia) 01:07:16
3.ª Caroline Nyaga (Quénia) 01:07:17