Neemias Queta, Diogo Brito e Francisco Amiel fazem parte do fenómeno que arranca hoje, faz parar empresas americanas e tem milhões de apostadores, apesar de ser mais fácil acertar... no Euromilhões!
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A partir de hoje, estimam-se perdas de 11,7 mil milhões de euros nas empresas norte-americanas, por quebra de produtividade de funcionários, que concentram atenções na fase final do torneio de basquetebol universitário (NCAA) e, mais importante, tentam a sua sorte numa lotaria ainda mais improvável do que ganhar o Euromilhões: adivinhar o percurso de todas as equipas na competição, da primeira ronda até à final, agendada para 8 de abril, em Minneapolis, no estádio US Bank, com capacidade para mais de 66 mil pessoas!
É a chamada "March Madness" (Loucura de março), que, este ano, pela primeira vez, tem três jogadores portugueses envolvidos: Neemias Queta e Diogo Brito, ambos de Utah State, e Francisco Amiel, dos Colgate Raiders. O trio só entra em ação na sexta-feira, na ronda inaugural, sendo que hoje arranca uma fase preliminar ("First Four"), da qual sairão as quatro universidades que se juntam às 60 com entrada direta.
Antes da bola ao ar neste fenómeno, acompanhado atentamente pelas equipas da NBA, por estarem ali os futuros craques - dos portugueses, Queta, de 19 anos, é o que tem causado mais sensação e é apontado ao Draft de 2020 - , já 47 milhões de pessoas (um em cada cinco adultos nos EUA) fizeram a sua aposta.
Segundo a Associação Americana de Jogos, foram investidos até ao momento cerca de 7,5 mil milhões de euros, um valor que praticamente dobraria se as apostas desportivas estivessem regulamentadas nos 50 estados do país - atualmente tal só acontece em oito, pois apenas em maio do ano passado o Supremo Tribunal fez cair a lei que restringia as apostas nos desportos profissionais ou universitários a quatro estados onde já existiam (Nevada, Delaware, Montana e Oregon).
Dos 7,5 mil milhões atrás referidos, pouco mais de metade (4,1 mil milhões) foram para o registo de 149 milhões de "brackets", a tal combinação de 63 resultados impossível de alcançar, ou não fossem as probabilidades de um para mais de nove quintilhões (18 zeros)!
Mesmo assim, e já sendo muitos os prémios em jogo, o magnata Warren Buffett, o terceiro homem mais rico do mundo, tentou dar uma ajuda, ao anunciar que dará um milhão por ano para sempre e emprego na sua empresa a quem acertar todos os resultados até à fase "Sweet 16", uma espécie de oitavos de final...