Mourinho: "Estava doido para ganhar ao Benfica e agora estou doido para ganhar ao Aves"

O que há de há 25 anos de José Mourinho. Que vontade é essa ao voltar a Portugal? "O que não mudou em absoluto é que estou doido para ganhar o próximo jogo. Há 25 anos estava doido, há 20 anos, há dez anos, há 5 meses, quando joguei contra o Benfica estava doido e agora doido para ganhar ao Aves. Essa é a minha essência. Há muito mais maturidade, quase tudo passa a ser deja-vu. É muito difícil que se passe algo com que não me deparei já na minha carreira. Venho para um clube com uma estrutura humana profissional e de altíssimo nível. Quem trago para o clube é a minha gente, mas no primeiro dia, no segundo dias são todos. Mas trabalhar num clube evoluído ao nível técnico e humano como é o Benfica é fantástico para mim."

Quando puder meter os dedos todos, como disse, vai ser o José Mourinho do antigamente, com linha de quatro atrás, ou com linha de três centrais. Do que conhece o Benfica já pensou nisso? "No meu anterior clube as coisas são muito fáceis de explicar: queria jogar a quatro, mas o clube contratou cinco jogadores no dia seguinte a ter saído. E quando lá estive era impossível tendo cinco centrais e tinha só um ala. Adapto-me. Quando participas no mercado podes com a estrutura, e cada vez mais os clubes têm estruturas profissionalizadas em que os clubes têm de apoiar-se muito, para não dizer depender, quando não é o caso tens de adaptar-te e não fazer prevalecer a tua ideia. Elogiei o plantel do Benfica e voltarei a fazer. Tentei jogar um bocadinho com as palavras e retirar pressão à minha equipa, sim, obviamente sim. Mas não retiro palavra ao que disse na altura, que o Benfica tinha feito um ótimo trabalho no mercado, tinha dotado a equipa com potencial que não tinha na época passada e do qual gostei muito. Estou melhor, mas não sou propriamente exemplo de fair-play, quando perco mordo os dedos, não foi com facilidade que dei os parabéns ao Bruno, ao Benfica. Mas mereceu. O Benfica mereceu nos dois jogos. O Benfica tem bom plantel, bons jogadores, tinha um bom treinador, mas a vida é assim. Aproveito para repetir, é um luto que nós treinadores precisamos de fazer quando o nosso trabalho é interrompido. Seguramente o Bruno sofre como eu sofria há um mês. A nossa vida é assim mesmo, desejo-lhe as maiores felicidades."