O antigo número 13 do mundo foi submetido a várias operações nos últimos anos e só disputou um encontro em 2023
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Nick Kyrgios, antigo número 13 do ranking mundial de ténis, admitiu esta quarta-feira que poderá estar prestes a terminar a carreira, depois de vários anos a batalhar lesões e de só ter realizado um jogo em 2023, perdendo contra o chinês Yibing Wu (5-7, 3-6), em Estugarda.
"Há alguns dias, encontrei-me com o meu agente, Stuart Duguid, para discutir o meu futuro. A realidade é que parte de mim sabe que o meu tempo neste desporto pode ter acabado. E isso não me incomoda. É uma conversa que precisava de ser tida. Estou numa encruzilhada na minha carreira e cheguei a um ponto em que a vida depois do ténis é uma perspetiva que me entusiasma", afirmou, numa coluna publicada pelo jornal Sydney Morning Herald.
“Sei que posso ser um dos melhores do mundo e ganhar grandes torneios se o meu corpo mo permitir. O fogo ainda está a arder, mas não é tudo. Irrita-me que haja pessoas que pensam que eu não quero estar no campo. É como se pensassem que eu não quero jogar e que estou à procura de desculpas para as minhas lesões”, acrescentou.
O tenista, de 28 anos, também falou dos seus planos para o pós-carreira, isto numa altura em que está a exercer funções de comentador no Open da Austrália, de onde é natural: "Podia viajar pelo mundo e ganhar muito dinheiro a comentar o desporto, fazendo coisas como faço agora com o meu talk show, entrevistando pessoas como Gordon Ramsay e Mike Tyson".
Na terça-feira, Kyrgios teve a oportunidade de entrevistar Novak Djokovic após a vitória do sérvio dos quartos de final do torneio, que lhe disse: “Gostamos de ti na cabine dos comentadores, mas gostamos ainda mais de ti nos courts. Esperamos ver-te em breve com uma raquete na mão. Sentimos a tua falta!”.
Em dezembro do ano passado, o tenista já tinha admitido que só planeava continuar a jogar “durante um ano ou dois”. Agora, apesar de não saber quando regressará aos courts, espera poder fazê-lo “a tempo de Wimbledon e do Open dos Estados Unidos, mas não é garantido”.
Quanto aos Jogos Olímpicos de 2024, Kyrgios frisou que não fazem parte dos seus objetivos, isto depois de ter sido impedido de participar na edição de 2016 por motivos disciplinares, numa decisão que continua sem perceber, lançando críticas à própria Federação de Ténis.
"O facto de me terem proibido de representar o meu país por razões comportamentais é algo que não posso esquecer. Há oito anos, eu queria jogar pelo meu país. Não posso dizer que ainda tenha esse desejo. E, sejamos honestos, também não fiquei com a impressão de que a Austrália queria que eu a representasse”, apontou, em jeito de conclusão.