João Rodrigues: "W52-FC Porto ficou à frente de metade das equipas World Tour"
Jovem trepador dos portistas esteve em alto nível na Volta ao Algarve, mas prefere elogiar o coletivo e diz que só aproveitou a oportunidade.
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Sétimo na Foia e no Malhão, nono na geral final da Volta ao Algarve - os números de João Rodrigues não enganam e o jovem da W52-FC Porto continua em foco, depois de ter brilhado na última Volta a Portugal. Terá sido na prova rainha, aliás, que os analistas colocaram em caixa alta o nome do algarvio de 24 anos, hoje apontado como um dos expoentes do pelotão nacional. "Claro que estou satisfeito! O balanço é extremamente positivo, tanto individual como coletivamente, e acho que aproveitei bem a rodagem que já trazia da Volta a Valência para andar sempre com os melhores", considera João Rodrigues, que também capitalizou o estágio de altitude efetuado em Teide, nas Canárias, durante a pré-época.
"Estive bem na montanha, mas a etapa da Foia adapta-se melhor às minhas características, pois prefiro as subidas longas. Não sou muito explosivo e o Malhão é curto e explosivo, por isso foi importante andar com o grupo da frente. Tenho de agradecer ao Raul Alarcón, que me ajudou bastante nos derradeiros quilómetros. Depois, na última subida, dei o máximo e fiz um bom lugar", conta João Rodrigues, que deu salto enorme no ranking da UCI, subindo 446 lugares - para o 832.º - após as contas da Algarvia, na qual o conterrâneo Amaro Antunes (CCC Team) foi o único luso que fez melhor (oitavo).
O corredor destaca a "satisfação do coletivo", sublinhando o sétimo lugar da W52-FC Porto, a "melhor do escalão Pro Continental e à frente de metade das equipas World Tour" presentes. Os dragões chegaram a ser quintos, mas "o azar do Joaquim Silva, mal desclassificado pela organização numa altura em que o nosso carro apenas o ajudou para fugir ao perigo e reentrar no pelotão", pesou nas contas.
"Aproveitei bem a liberdade que me foi dada. Depois da Foia, fiquei confiante e percebi que podia andar com os da frente. Só foi pena a queda da 1.ª etapa e o tempo aí perdido", explicou.
João Rodrigues não acha que a sua responsabilidade tenha aumentado. Com a maior das calmas, argumenta que "o Nuno Ribeiro é que decide", referindo-se à voz de comando do diretor desportivo dos dragões. "Eu tive a minha oportunidade e estou pronto a ajudar outros colegas, como agora me apoiaram a mim", remata, confirmando que pretende evoluir no contrarrelógio, para ficar tão à vontade como na montanha.
Ontem, entretanto, evoluiu de... moto, pois todos os portistas, que têm no seu staff Felisberto Teixeira, primeiro português que correu em MotoGP, foram ao Autódromo do Algarve experimentar altas velocidades em duas rodas com motor e ouvir uma aula de outro piloto, Miguel Praia.