Árbitro de primeira categoria no futebol, João Capela tem no basquetebol outra paixão.
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João Capela, árbitro de futebol de primeira categoria, também já dita leis no basquetebol. O juiz de Lisboa já dirige jogos de basquetebol enquanto estagiário. Passar de uma modalidade para outra, admite, não é fácil.
"Efetivamente essa tem sido a maior dificuldade, fazer o transfer das leis de jogo de cada uma das modalidades, a dinâmica do jogo e a análise das ações dos jogadores. No que diz respeito ao controlo emocional, quer pessoal, quer dos outros agentes desportivos, não houve qualquer complicação, pois são áreas transversais a todas as modalidades", explicou, em entrevista ao site da Federação Portuguesa de Basquetebol.
"Sempre gostei da modalidade, aliás, aos 15 anos atuei como árbitro de basquetebol nos Jogos da Cidade de Lisboa e depois fui sempre seguindo a NBA até ao momento em que o Jordan abandonou. O interesse voltou quando a minha filha começou a praticar a modalidade nos Sub 10 das Lobas da Malveira. Quando passou para os Sub 14, começaram os jogos com árbitros e como existe um grande défice dos mesmos, houve um jogo onde não compareceram e como sabiam que eu era do futebol, desafiaram-me para fazer o jogo. Aceitei, mas senti-me desconfortável porque já estava completamente ultrapassado em relação às regras, e decidi ir tirar o curso para que quando fosse necessário estivesse mais habilitado para arbitrar. Durante o curso fui recebido de uma forma fantástica pelos responsáveis do CAD de Lisboa, assim como pelos meus colegas, o que me levou a estar um pouco mais disponível para arbitrar jogos de basquetebol, sempre que tenho alguma folga na minha profissão de árbitro de futebol", recordou João Capela, fazendo uma comparação com o futebol.
"A paixão que move os árbitros é a mesma, e ao se assumir a coragem de o ser (independentemente da modalidade) potenciam-se competências como a capacidade de liderança, o controlo emocional, o respeito, a responsabilidade, a resiliência, etc. No basquetebol existe um grande défice a nível distrital e nacional de árbitros e uma grande dificuldade em recrutar novos árbitros e fazer a sua retenção, o que também é um problema no futebol. A estratégia no futebol, de uma forma muito resumida, passou por um esforço da Federação Portuguesa de Futebol em apoiar as Associações Distritais na criação de Centros de Treino, que depois em complemento com os vários núcleos de arbitragem de cada distrito, vão promovendo mais condições para que haja um acompanhamento mais eficaz aos novos árbitros, assim como aos talentos que vão surgindo", sublinhou.