Antigo tenista deixou de ser o treinador do compatriota após seis anos
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Goran Ivanisevic deixou recentemente de ser o treinador de Novak Djokovic e em entrevista a Sasa Ozmo, jornalista do SportKlub e do Tennis Majors explicou a separação, após seis anos de ligação bem sucedida.
"Foi uma longa viagem, foi uma honra estar ao lado de Nole, mas estávamos cansados um do outro. Foi emocionante, uma grande honra e uma grande responsabilidade. Sinto-me orgulhoso. Foi uma viagem bonita, mas também turbulenta, devido a tudo o que aconteceu. As lesões, depois tudo o que aconteceu com o Covid, quando não nos deixaram entrar em certos países e o Nole foi visto como um vilão pelo mundo, mas ele é uma instituição, o maior tenista e um dos maiores atletas de todos os tempos, e reagiu como um campeão, como ninguém. Estarei eternamente grato ao Novak, ele ofereceu-me uma oportunidade única e nunca ninguém conseguirá tirar-nos os resultados que alcançámos", frisou Ivanisevic.
Depois, explicou como sentiu que o fim da ligação se aproximava: "Foram realmente anos difíceis e intensos. Chegámos a um certo nível de saturação. Depois, basicamente, cansei-me dele e ele cansou-se de mim. Em todo o caso, senti que já não o podia ajudar. Wimbledon 2023 foi um grande golpe: essa derrota também me afetou como treinador. Obviamente que devo dar os parabéns ao Carlos Alcaraz, mas o jogo podia ter sido alterado por um ou dois pontos. Na América, a final de Cincinnati foi inacreditável e, depois disso, houve a vitória no Open dos Estados Unidos, mas foi aí que tive a sensação de que tudo estava perto do fim. Era só uma questão de saber quando. Depois de Indian Wells sentámo-nos juntos, no dia a seguir à derrota contra o Nardi, e falámos. Estou muito contente por o termos feito pessoalmente. Depois de tudo o que passámos juntos, era a única forma correcta de acabar com isto. Não teria sido correto fazê-lo através de uma mensagem de texto ou de um telefonema. Rimo-nos e conversámos. Eu disse-lhe como me sentia e ele fez o mesmo. As pessoas descreveram a nossa relação como turbulenta, mas não é verdade. O Novak é assim: sempre se comportou da mesma forma comigo, com o Marian Vajda ou com o Boris Becker. A sua forma de comunicar em court durante um jogo nunca me incomodou. Não ouvia nem metade dos seus gritos."
A finalizar, recomendou um sucessor: "Não sei quanto tempo Novak Djokovic vai continuar a jogar, mas a pessoa certa para ele é Nenad Zimonjic. Ele conhece muito bem o Novak e tem uma grande experiência no ténis. Neste momento, Novak não precisa de uma nova pessoa. Ao fim de 10 dias, enlouqueceria, deixando o novo treinador às apalpadelas no escuro, sem saber o que se passa. Ele já sabe tudo, mas a abordagem de Ziki [alcunha de Zimonjic] pode ajudá-lo. Ele conhece muito bem a mentalidade de Nole, já trabalharam juntos na Taça Davis. É também um grande amigo meu, já passámos por muita coisa juntos, tem uma enorme experiência no ténis."