Hamilton apoia diretora e critica FIA: "Como podemos confiar num desporto..."
O piloto da Mercedes apoiou a posição tomada por Susie Wolff, que anunciou na quarta-feira ter apresentado uma queixa judicial contra a FIA, que abriu uma investigação interna sobre a diretora com base em suspeitas de quebra dos acordos de confidencialidade
Corpo do artigo
Lewis Hamilton apoiou esta quinta-feira a decisão de Susie Wolff, diretora da Academia da Fórmula 1, de ter apresentado uma queixa judicial contra a Federação Internacional do Automóvel (FIA), devido a ter aberto uma investigação interna contra si - com base em suspeitas de quebra de acordos de confidencialidade - que acabou suspensa.
“Em primeiro lugar, tenho muito orgulho na Susie. Ela é muito corajosa e defende grandes valores. É uma líder num mundo onde é comum as pessoas serem silenciadas, por isso a sua posição transmite uma grande mensagem. Adoro que esteja a lutar contra isto por fora, porque existe uma grande falta de responsabilidade dentro deste desporto e da FIA, onde há coisas que acontecem por detrás de portas fechadas”, afirmou em Melbourne, na Austrália, onde irá decorrer o terceiro Grande Prémio de Fórmula 1 desta temporada.
“Não há transparência e claramente não há responsabilidade, e precisamos disso. Como é possível confiar num desporto e no que acontece aqui se não as tivermos? Por isso, espero que esta tomada de posição que ela adotou resulte em mudanças e tenha um impacto positivo, especialmente para as mulheres”, defendeu o piloto britânico da Mercedes.
A investigação sobre Susie Wolff, iniciada em dezembro, surgiu depois de uma revista de F1 ter avançado que vários dirigentes estariam preocupados com a possibilidade de Toto Wolff, que é casado com a diretora, estar a beneficiar dessa relação para receber informações privilegiadas, o que resultaria em conflito de interesses e quebra dos acordos de confidencialidade.
No entanto, após os nomes envolvidos negarem as suspeitas, com todas as equipas a terem descartado ainda a apresentação de queixas nesse sentido, a FIA cancelou a investigação, mas Wolff não deixou de recorrer à via judicial para contestar todo o episódio.
“Continua a não haver qualquer transparência ou responsabilidade em relação à conduta da FIA e do seu staff nesta matéria. Sinto que é mais importante do que nunca tomar uma posição, denunciar comportamentos impróprios e garantir que as pessoas são responsabilizadas. Alguns podem pensar que o silêncio os absolve das responsabilidades, mas estão erradas”, frisou a diretora, em comunicado.