Elétrico com 440 km de autonomia acompanhou o 12.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc e comprovou que as viagens longas já são possíveis
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Emanuel Duarte, vencedor do 12º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc, foi um dos surpreendidos pela aparência do Smart #1, elétrico da nova geração que fez a estreia no ciclismo, cedido pela C. Santos, um dos parceiros da corrida, à reportagem de O JOGO. De aparência distinta - e nada comparável aos anteriores Smart, em especial nas dimensões -, o elétrico cativa as atenções, até porque na modalidade que faz gala do caráter ecológico continua a ser uma raridade.
As por vezes longas ligações entre etapas continuam a deixar as equipas de ciclismo reticentes quanto à utilização de automóveis elétricos, tal como os receios sobre locais de carregamento. Esta, comprovou o JOGO, é uma limitação já superada: em Mêda, Trancoso, Vila Nova de Poiares, Barcelos e Paredes existiam sempre possibilidades, embora nem todas para cargas rápidas.
O Smart nunca ficou pelo caminho e com três carregamentos, dois deles de pouco mais de meia hora em postos rápidos, cumpriu os quatro dias de prova, incluindo duas grandes ligações: Porto-Mêda e Vila Nova de Poiares-Barcelos.
Um mínimo incrível nos consumos
O ciclismo, por outro lado, tem um curioso paralelo entre o andamento dos corredores e o consumo dos elétricos: sendo eles lentos a subir (20 a 30 km/h) e rápidos a descer (60 a 90 km/h), seguir um pelotão gera médias entre 10 e 12 kWh/100 km. É quase metade dos 20 kWh registados em autoestrada e bastante abaixo até do previsto pela marca, que indica uma autonomia de 440 km.
Tendo uma capacidade útil da bateria de 62 kWh, o Smart #1 poderia fazer 600 km a seguir os corredores...
O conforto em versão para jovens
Mas este Smart, vamos admitir, não foi feito a pensar em ciclismo: é sobretudo um hino ao conforto, com o estilo irreverente a destiná-lo sobretudo a famílias jovens.
Com uma aparência a apontar aos crossover, tem uma posição de condução elevada, bom espaço para cinco pessoas e uma bagageira com duas zonas que vai aos 323 litros. Os preços vão dos 37 aos 44 mil euros, em função das versões e das baterias, de 47kW ou de 62kW. É esta que permite a autonomia de 440 quilómetros tendo o motor elétrico 272 cavalos e 343 Nm de binário instantâneo, permitindo acelerar até 100 km/h em 6,7 segundos.
Andar muito depressa reflete-se na autonomia, sendo aconselhável ir olhando ao painel de instrumentos digital. O silêncio absoluto e a facilidade com que atinge velocidades elevadas levam a superar com facilidade os limites da lei. Isto quando não se opta pelas ajudas à condução, que este Smart #1 é um prodígio de tecnologia e quase autónomo. Quanto conforto, vai do tejadilho panorâmico aos jogos no ecrã central, para terminar no compartimento frigorífico entre condutor e passageiro, tão útil no ciclismo como numa ida à praia!