Líder mundial tem tão poucos rivais que já lhe pedem para vestir de rosa todos os dias. Só há um português, Rui Oliveira, também da UAE Emirates
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O percurso está cheio de desafios e agrada-me. Mas isto é o World Tour, tudo pode acontecer”, disse Tadej Pogacar, antevendo a 107.ª Volta a Itália, que vai iniciar este sábado em Turim. O esloveno líder mundial será um estreante na prova ganha há um ano pelo seu compatriota Primoz Roglic, mas isso não impede um favoritismo como raramente se viu, chegando a incomodar o próprio: “Não é respeitoso para os outros corredores. Não há assim tanta diferença nas grandes corridas”.
Como a primeira etapa terá o Colle Maddalena ao km 118 dos 140 em redor de Turim, ao líder da UAE Emirates já se pede que vista de rosa desde hoje e até ao dia 26, em Roma. “Em três semanas, pode haver muitas surpresas. E há jovens talentos, o Bardet mostrou recentemente estar em boa forma, o Geraint Thomas vai estar bem como sempre...”, foi desfiando Pogacar. Além dos dois que citou, Cian Uijtdebroeks, à frente de uma Visma desfalcada, e Antonio Tiberi, italiano que é promessa da Lidl-Trek, podem surpreender, havendo que contar com a regularidade de Ben O’Oconnor e Nairo Quintana, ou uma inspiração de Daniel Martinez. Mas nenhum tem a força de um Pogacar que vai iniciar a busca de uma dobradinha Giro-Tour conseguida pela última vez por Marco Pantani, em 1998.
“Temos de ser honestos, é difícil competir cara a cara com o Pogacar nas subidas finais. Por isso, temos de correr de forma diferente”, avisou Romain Bardet, líder da DSM, enquanto Uijtdebroeks tem como receita “correr de forma conservadora”. Geraint Thomas, experiente e com uma Ineos poderosa, conta que o excesso de favoritismo afete o esloveno: “O Pogacar, tendo uma equipa forte, muda a dinâmica da corrida. Mas vai ter os olhos nele durante três semanas. Nós seremos agressivos, em busca de uma oportunidade e colocando pressão nele”.
Já fala português, mas só calão!
Rui Oliveira, de 27 anos, vai fazer o seu segundo Giro, apoiando tanto Tadej Pogacar como, nas etapas ao sprint, Juan Sebastián Molano. Filmando toda a apresentação da UAE Emirates ao público italiano, o gaiense proporcionou uma revelação: “Pogi” aparece a falar português, mas para dizer um “p... que pariu” pouco recomendável, soltando logo a seguir uma gargalhada.