A 101.ª edição da Volta a Itália arranca na sexta-feira com um contrarrelógio individual em Jerusalém, em Israel, e prolonga-se por três semanas e 21 etapas, terminando em 27 de maio, em Roma.
Corpo do artigo
José Gonçalves (Katusha Alpecin) será o único representante luso na 101.ª edição da Volta a Itália em bicicleta, que arranca na sexta-feira em Israel, à procura de uma vitória em etapa fruto da "muita liberdade" dada pela equipa.
Com 29 anos, o campeão nacional de contrarrelógio em 2012 procura melhorar o resultado da estreia, na edição centenária de 2017, em que foi 60.º no final, depois da principal missão de apoiar o russo Ilnur Zakarin, que acabou no quinto posto da geral.
Com Zakarin a apontar baterias à Volta a França, a Katusha-Alpecin, dirigida pelo português José Azevedo, terá "licença"para atacar vitórias em etapa, com corredores como José Gonçalves, o alemão Tony Martin, o britânico Alex Dowsett ou o russo Maxim Belkov em busca de triunfos ao longo das 21 etapas.
A equipa está "motivada para a corrida", como sempre acontece por ser "uma das grandes competições no mundo do ciclismo", e o objetivo de "lutas por etapas e não pela geral" confere aos oito escolhidos "mais liberdade", revelou à Lusa antes do arranque do Giro.
"Penso nisso [vitórias em etapa]. Como não temos líder fixo, terei mais liberdade para pensar em tentar, num ou noutro dia, fazer uma boa classificação e lutar pela vitória", revelou, em declarações à agência Lusa.
Num Giro com várias chegadas em alto e muitos dias de alta montanha, como é apanágio da prova italiana, há várias etapas "adequadas" às características do único português em prova, mas as sensações que tiver na estrada e "as muitas situações ao longo dos dias" podem moldar a estratégia.
A preparação fez-se como "noutros anos" para as 'grandes' voltas, com um treino "em altitude e uma corrida antes, para ganhar ritmo competitivo", o que nos últimos dois anos passou pela Volta a Romandia, na Suíça, 'casa' da Katusha-Alpecin.
Uma das questões mais levantadas sobre o primeiro arranque no estrangeiro da prova, que sai de Jerusalém para a primeira etapa, é a segurança, mas José Gonçalves não espera encontrar problemas, porque "vai haver muita segurança e não há que ter medo de nada".
No terceiro ano na equipa suíça, o ciclista luso deve juntar a Vuelta ao Giro, contou o corredor, e a participação noutras provas dependem "de como sair de Itália".
Em 2018, a temporada começou na Austrália, no Tour Down Under, e passou por um 17.º lugar na Cadel Evans Great Ocean Road Race (WorldTour), antes da Volta ao Algarve (57.º) e o Tirreno Adriatico (28.º).
Na Romandia, seguia em 11.º na geral até à quarta etapa, quando teve "um mau dia" e perdeu muito tempo, acabando a prova suíça em 65.º, numa temporada em que registou ainda um 53.º lugar na Milan-Sanremo antes de quatro abandonos consecutivos nas clássicas belgas (E3 Harelbeke, Gent-Wevelgem, Dwars door Vlanderen e Volta a Flandres).
Em 2017, participou na Vuelta depois do Giro, mas abandonou na sexta etapa, numa época marcada pela vitória no Ster ZLM (Holanda), o 11.º lugar na italiana Strade Bianchi, e o quarto lugar nos Nacionais de fundo.