Fosso olímpico português regressa aos Jogos graças a um estreante com ambição
João Paulo Azevedo, apurado em 2019, fez regressar o fosso olímpico português aos Jogos. Para ele, é a primeira experiência.
Corpo do artigo
"Chegar à final" ou até "ganhar uma medalha" são dois desfechos que agradariam a João Paulo Azevedo, o atirador de Vila do Conde que ruma aos seus primeiros Jogos Olímpicos.
Na estreia, no outro lado do mundo, o português de 37 anos revela ambição, explicando: "O objetivo é sempre chegar à final para lutar por medalhas, não vou dizer o contrário, porque acho que qualquer atleta que represente Portugal não pensa menos do que isso". Apurado com o segundo lugar na Taça do Mundo de Lahti (Finlândia), em 2019, João Paulo Azevedo, habituado a competir em cinco ou seis provas anuais, viu, entretanto, a pandemia impedi-lo de entrar numa rotina competitiva, importante para preparar os Jogos. Contudo, à Agência Lusa, disse que tem "ido para países com o clima semelhante ao de Tóquio", onde as suas principais preocupações são "o calor e a humidade". "Todos os atletas estão a preparar-se como eu. Importa a preparação técnica e psicológica do atleta, mais a forma como começa e acaba a prova. Pode ser decidida por um ponto ou no desempate", adiantou o atleta, abordando a importância desta presença olímpica do fosso olímpico português no Japão: "A nossa modalidade consegue tantos títulos e na prova rainha não conseguirmos meter ninguém, ficando tão perto... estava a começar a ser desgastante para atletas, técnicos, federação. Mas não levo mais pressão por causa disso. Foi um objetivo alcançado e agora é ir aos Jogos e conseguir o melhor possível".
A poucos dias de entrar em ação no Campo de Tiro de Asaka, situado a 15 km da capital nipónica, Azevedo referiu que está "a atirar bem" e que a adaptação às condições locais será decisiva. A meta é passar as qualificações e entrar no lote dos seis finalistas, tudo agendado o dia 29.
Embora sendo de federações diferentes em Portugal, João Paulo Azevedo sucede a João Costa no tiro, depois de o militar ter competido nas provas de pistola em cinco Jogos. As competições de tiro fazem parte do programa olímpico desde 1896, surgindo o fosso olímpico masculino nos Jogos Olímpicos de Paris, em 1900. Portugal, que já ganhou uma medalha olímpica nesta disciplina (Armando Marques, prata em Montreal"1976), não leva o fosso olímpico aos Jogos desde Pequim"2008, edição em que Manuel Silva não passou à final.