Foi segundo no Dakar, deixou automobilismo e agora é reforço da Efapel no ciclismo português
Oriol Vidal, campeão mundial e segundo no Dakar em T4, acabou a carreira devido a lesão na coluna e vai ser ciclista profissional
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Dele não se vão esperar vitórias, mas será uma das atrações do pelotão português na próxima época: Oriol Vidal, espanhol de 31 anos, vai juntar-se a Mauricio Moreira e André Carvalho entre os reforços da Efapel, meses depois de ter terminado uma carreira vitoriosa no todo o terreno, sagrando-se campeão mundial na categoria T4 (SSV) em 2023, como navegador do lituano Rokas Baciuska.
“Sempre tive a sensação de que o ciclismo era o meu desporto, mas estando nos motores nunca tive tempo para o explorar ao máximo”, conta Vidal, que em 2018 e 2019 chegou a correr pela equipa neerlandesa SmartDry, que tinha sede em Girona, perto da sua terra natal. “Nunca tive coragem para abandonar os motores, era neles que ganhava a vida”, confessou. Mas há meses o destino obrigou-o a mudar: com uma lesão nas costas e na coluna, teve de abdicar dos saltos nas dunas dos pequenos SSV, apesar de em 2023 ter sido campeão mundial da categoria, ao lado de Baciuska, com o qual ainda fez este ano um quinto Dakar.
“Pensei que o desporto profissional tinha chegado ao fim. E então, numa casualidade da vida, conheci o Aleksandr Grigoriev, quando nos qualificamos para o Mundial de gravel. Treinamos juntos em Girona e na Bélgica e ele decidiu falar com o diretor da sua equipa, o José Azevedo. Foram semanas de conversas e não tenho palavras para lhes agradecer e à Efapel”, contou Vidal sobre a reviravolta inesperada na carreira.
José Azevedo, que já tinha o plantel fechado depois de contratar Mauricio Moreira e André Carvalho - juntando-os a Tiago Antunes, Joaquim Silva, Pedro Pinto, António Ferreira, Grigoriev, Pedro C. Pinto, Santi Mesa e Keegan Swirbul -, não vê o espanhol como uma aposta ganhadora, pretendendo antes “dar uma oportunidade a alguém que sempre foi atleta, sempre teve a bicicleta no seu percurso e queria concretizar uma paixão”. O diretor desportivo da Efapel percebeu, “pelos testes que fizemos, ter mantido a condição e possuir alguma capacidade para o ciclismo”, mas alerta para a necessidade de habituar Vidal “a andar num pelotão profissional”. Uma vantagem a equipa já tirou: perante uma mudança tão sensacional, o espanhol tem vários convites para entrevistas no seu país...