Federação de canoagem nega responsabilidades na troca da organização do Europeu
A Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) considerou esta quinta-feira "infundadas e desprovidas de qualquer verdade" as acusações da câmara de Vila Nova de Gaia e do CN Crestuma de favorecimento a Ponte de Lima na organização do Europeu de maratonas.
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"Tendo sido precisamente a federação que esteve na base da escolha inicial de Crestuma, promovendo esta candidatura, não têm qualquer fundamento as acusações que nos fazem", diz a federação, em comunicado, ressalvando que a alternativa encontrada salvou a face de Portugal na canoagem internacional.
Na quarta-feira, a autarquia e o clube uniram-se nas críticas à federação, culpabilizando-a pela transferência dos Europeus de maratonas para Ponte de Lima, de 30 de junho a 02 de julho: a FPC refutou responsabilidades e disse que a associação europeia vetou a prova depois de Crestuma/Gaia ter falhado a concretização da proposta que levou à sua escolha para a organização do evento.
"A solução apresentada durante a visita técnica de 09 de dezembro ficou abaixo das expetativas, pelo que a proposta foi vetada pela Associação Europeia de Canoagem (ECA), que a justificou em relatório", conta a federação, que recorda os padrões de qualidade apresentados por Crestuma nos Mundiais que organizou em 2009.
Em causa estão as "conhecidas" limitações de espaço da zona da prova para albergar todas as infraestruturas, que em 2009 obrigou ao recurso a uma zona adjacente: a seis meses da competição, nada estava feito e não haveria garantias de que os mesmos estariam disponíveis e nas condições adequadas.
A FPC recorda que o relatório "é vinculativo e da única responsabilidade da ECA, sem qualquer participação da federação, pelo que as acusações por parte do clube e município são infundadas e desprovidas de qualquer verdade".
A federação informa ainda que, nesta incursão a solo luso, os responsáveis técnicos de maratona da ECA aproveitaram para visitar outros locais no norte de Portugal, no âmbito de outras candidaturas a eventos internacionais em 2018 (Melres/Gondomar), 2019 (Darque/Viana do Castelo) e 2021 (Ponte de Lima).
"Atendendo ao curto espaço de tempo para a realização do evento e perante a insatisfação com as soluções apresentadas no local, a ECA decidiu atribuir o evento a Ponte de Lima, evitando desta forma a hipótese de Portugal perder esta organização, com todo o impacto negativo que essa retirada teria para o país e para a imagem internacional da canoagem portuguesa", realçam.
A federação recorda que o CN Crestuma é "um dos maiores clubes nacionais, berço de vários dos melhores atletas", enquanto a autarquia gaiense, que cedeu as instalações para a sede da federação, é tida como "parceira no desenvolvimento da modalidade".
"Por tudo isso, em momento algum a nossa federação agiu de má-fé em todo este processo, com o objetivo de prejudicar uma entidade pela qual nutrimos um elevado sentimento de gratidão", conclui
Desde 2009, a canoagem portuguesa já organizou três campeonatos da Europa, quatro campeonatos do Mundo e quarto Taças de Mundo, nas diversas disciplinas, "todos elogiados pelas entidades internacionais".
Este ano vai decorrer em Portugal uma Taça do Mundo de velocidade e o referido campeonato da Europa de maratonas, enquanto em 2018 o país organiza dos dois Mundiais absolutos de ambas as especialidades.