ENTREVISTA (Parte 2) - Alfredo Quintana gosta de futebol e acompanha o FC Porto através da televisão, como complemento aos momentos de descanso e à possibilidade de estar com a mulher e a filha.
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Começou por viver na cidade do Porto, antes de se mudar para Gaia, já com a mulher e a filha bebé. Percebeu de imediato o impacto do futebol no país que o adotou e faz-lhe uma certa confusão como se pode defender numa baliza tão grande...
Gosta de futebol? Vê jogos do FC Porto? Vai ao Estádio do Dragão?
-Gosto de futebol, mas não vou ao estádio porque prefiro ficar em casa a descansar e a ver os jogos na televisão.
Acha que o Marchesín dava um bom guarda-redes de andebol? Pelo menos reflexos não lhe faltam...
-Não sei se dava um bom guarda-redes de andebol. Aquilo que sei é que eu não dava para guarda-redes de futebol.
"O clube de que sou adepto em Cuba é de basebol, equipa de azul e branco, e tem muito em comum com o FC Porto"
Já alguma vez experimentou?
-Já estive junto a uma baliza de futebol e ainda hoje não sei e não me passa pela cabeça como é que os guarda-redes conseguem defender tanto e tão bem. Eu já me vejo aflito numa baliza pequenina, agora imaginem-me numa com mais de sete metros de largura e mais de dois de altura.
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Continua a jogar andebol de praia nas férias?
-Não, pois agora já não dá. Quer dizer, dar até dava, bastava surgir a oportunidade, mas prefiro ficar a descansar ou ir de férias com a minha mulher e a minha filha.
Está no último ano do curso de Desporto na FADEUP. Como conciliou estudos com andebol?
-Foi sempre um bocado complicado, pois tinha jogos das competições nacionais, provas europeias e Seleção, e tinha de faltar muito às aulas, porque também não me arranjavam o estatuto de trabalhador/atleta. Tive que optar pelo andebol, que é o sustento da minha família, mas irei acabar o curso.
Quer dizer que o futuro passa pelo desporto e pelo andebol?
-Claro que sim. Quero ficar ligado ao andebol.
E isso passa também por ficar em Portugal...
-Sim, quero ficar por cá. A não ser que surja uma proposta de um grande clube, a precisar de um grande treinador com as minhas caracterísiticas [sorrisos].
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Já se sente um adepto portista?
-Mesmo tendo nascido em Cuba, o meu clube sempre foi de basebol. Chama-se Industriales, representa a região de Havana e tem muitas coisas em comum com o FC Porto e os seus adeptos. Muita coisa, mesmo! Para além de também ter o azul e branco como cor.
Gosta da cidade do Porto, neste caso Porto/Gaia, visto residir do outro lado do Rio Douro?
-Gosto de toda esta região. Quando namorava, ia passear com aquela que agora é minha mulher e ela, que é de Braga, dizia: "Mas tu não nasceste aqui e conheces todos os cantos". E eu dizia que já são muitos anos a morar aqui.
Voltando ao andebol "vivido" no Porto, cidade e clube, até que ponto o Ljubomir Obradovic e agora o Magnus Andersson o ajudaram a evoluir?
-Procuro sempre tirar o lado positivo daquilo que um treinador tem para dar ao atleta. O Obradovic é daqueles que acredita e faz toda a gente acreditar num determinado estilo de jogo. O Magnus é mais moderno, muito mais tático e soube aproveitar ter estado num grande campeonato como o alemão. E se bem que seja rigoroso no treino e no trabalho árduo, lembra sempre que também há que saber descansar.