ENTREVISTA (Parte 1) - O guarda-redes de andebol do FC Porto, considerado dos melhores do mundo, revela a O JOGO a ambição de estar entre as quatro melhores equipas na Liga dos Campeões e de renovar o título nacional.
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Alfredo Quintana completa 32 anos no próximo dia 20 e está a cumprir a nona época no FC Porto. Depois da presença histórica no Europeu (sexto lugar), o luso-cubano quer continuar a engrandecer o palmarés do único clube que pretende representar desde que, em 2010, chegou a Portugal.
Depois de uma extraordinária fase de grupos na Champions, até onde pode chegar o FC Porto?
-Queremos chegar à final-four! Sabemos que é difícil, complicado, mas esta equipa já demonstrou ser capaz de fazer tudo. Tenho um vizinho que quando foi o sorteio dos grupos me disse: "Vocês não vão chegar a lado nenhum. Já viste as equipas que vos calharam?". Eu respondi: "Qual é o problema? Sou uma pessoa com dois braços, duas pernas e uma cabeça, sou uma pessoa igual aos adversários que vamos encontrar. Agora que estamos nos oitavos de final, o tal vizinho apareceu em minha casa e disse: "Oh pá, tu tens razão, a primeira coisa é acreditar e a segunda dar tudo".
"Após o sorteio da fase de grupos da Champions, um vizinho meu disse: "Vocês não vão chegar a lado nenhum""
Na equipa já se pensa no Aalborg ou ainda é cedo?
-É claro que já se pensa no Aalborg. O treinador está a trabalhar para encontrar o melhor sistema para se ultrapassar este adversário, mas, para já, ainda temos alguns jogos do campeonato. Temos de ir passo a passo.
A recente vitória em casa do Sporting torna o FC Porto mais favorito na corrida ao título nacional?
-Tanto o FC Porto como o Sporting são as equipas favoritas. Claro que não íamos voltar a ficar empatados. O Benfica também está na corrida, mas sabe que vai ser muito complicado recuperar do atraso pontual.
Será uma corrida a dois, FC Porto e Sporting?
-Sem dúvida! Estamos conscientes de que não podemos perder pontos e o fator casa será muito importante para os dois lados. Empatámos em casa e ganhámos fora e nada está ainda decidido.
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As duas equipas só vão eventualmente perder pontos nos jogos entre elas...
-Pela maneira como o campeonato está a decorrer, acho que sim!
"A equipa do FC Porto tem a vantagem de ter jogadores que trabalham juntos há muito tempo e assimilam o que o treinador pretende"
A maioria dos jogadores do plantel e o treinador renovaram os respetivos contratos. Isso garante a continuidade de um FC Porto muito forte?
-Muito forte e ainda bem. De certeza que ainda vai chegar mais alguém. Esta equipa tem a vantagem de ter jogadores que trabalham juntos há muito tempo e que assimilam muito bem aquilo que o Magnus [Anderson] pretende e o grau de exigência que nos transmite. E acho que isso é o mais importante, ou seja, conciliar o entendimento entre o treinador e o jogador, seja ele titular ou suplente e, nesse aspecto, aqui as coisas estão perfeitas.
No ano passado, por esta altura, publicou no seu Instagram que no jogo com o Sporting, no Pavilhão João Rocha, não o respeitaram, pediu para que não insultassem a sua família e perguntou se também o iam insultar quando jogasse por Portugal, questionando: "Ou aí já sou bom?". Volvido um ano, e neste tempo conturbado do desporto português, como avalia essa situação?
-Não sou uma pessoa rancorosa. Tratou-se de um episódio que já passou. Essas pessoas fizeram o seu trabalho e eu continuei e continuo a fazer o meu. No fundo, sinto-me tranquilo e de bem com a minha consciência.
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"EM PORTUGAL SÓ ME VEJO A JOGAR NO FC PORTO"
Alfredo Quintana renovou até 2023 o contrato com o FC Porto, clube que representa desde que, em 2010, trocou Havana pela Cidade Invicta. "Em Portugal só me vejo a jogar no FC Porto", reagiu, ao ser questionado se mudaria de clube no nosso país. Diferente é o modo como encara um eventual interesse de uma equipa europeia: "Para mudar teria de ser para outro grande clube europeu. Mas depende de muita coisa, principalmente do tipo de proposta que teria de ser do meu agrado e interessante para o FC Porto". A renovação leva-o a jogar nos azuis e brancos pelo menos até aos 35 anos, daí Quintana admitir que "gostava muito de acabar a carreira neste clube".
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