Emma Radunacu e a subida à fama: "Não estava pronta, aprendi a priorizar-me"
Atualmente com 22 anos, a tenista britânica subiu ao estrelato em 2021, quando venceu o US Open no segundo torneio de "Grand Slam" da sua carreira, tendo admitido que não estava preparada para conciliar o ténis com a fama
Corpo do artigo
Depois de ter feito história em 2021, quando tinha 18 anos, tornando-se na oitava tenista mais jovem de sempre a vencer um torneio de “Grand Slam”, o segundo da sua carreira, ao conquistar o US Open sem ter perdido um único “set”, Emma Radunacu admitiu que “não estava preparada” para essa subida ao estrelato.
Em declarações ao Daily Mail, a tenista britânica, que aos 22 anos ocupa a 57.ª posição do ranking WTA, assumiu que passou dificuldades em conciliar a prática desportiva com compromissos publicitários, tendo figurado em campanhas de marcas como a Tiffany, Dior, Vodafone, BA, Evian e Porsche.
“Estou muito grata e tenho muita sorte por ter tido certas experiências e oportunidades, mas não estava preparada para isso. Na minha cabeça era do tipo: ‘Acordo, jogo ténis, treino no ginásio e vou para casa’. Não tinha mais nada para fazer. Mas depois de ter estado bem, nos anos seguintes houve tanta comunicação sobre coisas extra-campo... Eu sempre dei 100 por cento no ‘court’ e trabalhei muito arduamente, mas não estava pronta para outras coisas que te tiram inevitavelmente energia”, explicou, dizendo que agora se sente “muito mais estruturada” do que nesse período, em que chegou a ser a décima tenista mais bem classificada do mundo, em 2022.
“Agora digo: ‘Ok, tenho uma hora para falar de negócios e depois vou treinar o resto da semana’. Também aprendi a dizer não um pouco mais. Inicialmente, sentia-me muito mal por desapontar as pessoas, queria sempre fazer um extra para qualquer fosse o parceiro ou revista que estivesse a filmar. Se eles quisessem outro meio dia, eu fá-lo-ia e tentaria encaixá-los no meu horário. Farei sempre o meu melhor para as marcas com quem trabalho, mas também estou a priorizar-me um bocado mais”, apontou.
De resto, Radunacu, que se prepara para participar no Open da Austrália, também admitiu que o facto de ter cumprido um sonho de carreira numa idade tão jovem acabou por prejudicá-la, em termos de pressão, nos torneios que se seguiram.
“Isso é algo que mudou. Quando comecei, a minha motivação principal era: ‘Eu jogo ténis porque quero vencer um ‘Grand Slam’’. Quando isso aconteceu sendo tão nova, fiquei grata, mas foi do tipo: ‘E agora? Quero vencer outro’. Não é simplesmente sustentável, porque se não ganhares outro logo a seguir, ficas frustrada. Agora a razão pela qual jogo é porque desfruto genuinamente daquilo que faço, de como trabalho e das pessoas à minha volta. Não tenho o objetivo de chegar a certo ponto no ranking ou de vencer um jogo. Enquanto atletas queremos todas vencer, mas esse não é o meu objetivo primário. É mais desfrutar o que faço, colecionar dias bons de trabalho e ver até onde posso chegar e o quão rápida, apta ou explosiva posso ser. Quero apenas ver o quão boa posso ser”, concluiu.