"É duro trabalhar para uma final da Taça depois de ter perdido a final do campeonato"

Kane Hancy (treinador da Agronomia): “Foi uma final de râguebi, há sempre um pouco de nervosismo, mas quando chegamos àquela zona do terreno temos de somar pontos. Foi um desses jogos, muito equilibrado. Trabalhámos as situações de inferioridade numérica, porque tivemos muitos cartões amarelos ao longo da época, é um dos pontos que temos de melhorar. Foi uma questão de abrandar, manter a concentração nos nossos ‘mauls’, fazer o nosso jogo, chutar a bola para o outro lado. Definitivamente [a conquista da Taça de Portugal salva a época]. Apesar de termos perdido essa final [do campeonato], fizemos uma grande época. As últimas duas semanas foram devastadoras para nós, foi difícil para os jogadores, que deram tudo nessa final, recomeçar e preparem-se para este jogo. Mas eles mostraram uma grande mentalidade para vencer esta final”.

Enrique Pichot (treinador do Direito): “Tivemos 20 minutos em superioridade numérica, mas menos sete dias de descanso. Não é igual. Jogámos no sábado contra um adversário muito duro, ganhámos ao Belenenses, e depois a final está marcada para cinco dias depois. Não vou dizer que perdemos por isso. Quem comete menos erros, ganha. É assim numa final. A Agronomia fez menos erros e por isso ganhou. Teve uma época melhor e foi justo. Quando tens cinco, seis ou sete jogadores sem descanso toda a época, faz diferença. Tivemos seis jogadores quase sem descanso durante duas épocas. Quando regressaram do Mundial, jogámos a Taça Ibérica sem descanso, depois foram para os Lusitanos XV, e quando começas a organizar a tua equipa não é igual. Estão cansados mentalmente, fisicamente, e montar uma equipa assim é muito mais difícil. Por isso, o Direito ter chegado a uma meia-final [do campeonato] e a uma final, como hoje, é incrível. Não quero dizer que perdemos por isso. Cometemos mais erros e a Agronomia ganhou bem”.

José Lima (jogador da Agronomia): “Mais importante do que ganhar títulos, o que é incrível é a evolução da Agronomia nesta época. Temos um grupo de 35 jogadores, muitos miúdos de qualidade a chegar aos seniores e o que é importante é que, daqui para a frente, a Agronomia vai ter boas equipas e, quanto mais vezes chegarmos às finais, mais hipóteses vamos ter de ganhar. Este ano fizemos só a Taça de Portugal, mas, para ao ano, se lá chegarmos outra vez [à final do campeonato], tenho a certeza que os resultados virão. Queríamos acabar bem, foram duas semanas duras psicologicamente. É duro trabalhar para uma final da Taça depois de ter perdido a final do campeonato, mas hoje merecemos mais. A sorte esteve do nosso lado, mas fomos justos vencedores e acabámos a época com o objetivo cumprido, que era chegar às duas finais, apesar de só termos ganho uma. [A Taça de Portugal] é o troféu que temos ganho mais, embora gostássemos de ter também mais campeonatos. Mas, sobretudo, temos um grande futuro pela frente e os campeonatos vão aparecer”.