Delio Fernandez foi o último a ganhar na Torre, em 2015, mas a subida desde a Covilhã não se faz desde 2011. Há um ano existiu uma semelhante, até às Penhas da Saúde, e Alarcón foi... arrasador.
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São 21,5 quilómetros desde o centro da Covilhã (ou 24,5 antes de se entrar na cidade), inclinados a 6,4% e considerados os mais difíceis de Portugal, por não terem os chamados "descansos" e apresentarem zonas demolidoras, como a famosa do Sanatório, onde às rampas de 13% se acrescentam as dificuldades para respirar, pois superam-se aí os mil metros de altitude.
"É uma subida muito longa e com partes bastante duras, sobretudo de início. Quando há um pequeno descanso, pode sentir-se o vento e o final também é complicado, pois já se leva muito tempo de subida", analisou Raúl Alarcón, vencedor das duas últimas Voltas, para O JOGO. O corredor da W52-FC Porto, grande ausente da corrida devido a uma lesão da qual ainda recupera, lembra que "nesta etapa os corredores precisam de ter cuidado com a alimentação e a hidratação; um descuido paga-se caro na parte final".
É sabido que Jóni Brandão terá de atacar, tal como os leões Tiago Machado e Frederico Figueiredo, enquanto a equipa de Alarcón lidera com Gustavo Veloso e até pode defender. "Há ataques nas partes duras do início e sobretudo no final. Esta é etapa em que realmente se verá quem está na Volta a Portugal para discutir a geral", diz o espanhol, para quem "há vários candidatos a fazê-lo e o Jóni é um deles".
Se Veloso é o único dos presentes que já ganhou na Torre, em 2013, nesse ano subiu-se desde Seia, a escalada mais comum. A subida a partir da Covilhã não se faz desde 2011, ano em que venceu André Cardoso, pelo que o mais aproximado à etapa de hoje viu-se o ano passado, quando Alarcón acelerou em perseguição de Jóni Brandão e depois venceu isolado nas Penhas da Saúde, decidindo a Volta. "Não vamos comparar", defende, sabendo que das Penhas haverá quase mais dez quilómetros até ao topo. E quanto à sua equipa, explica que "a tática só a sabe o Nuno Ribeiro".